Era 20 de novembro de 1695 quando Zumbi dos Palmares foi dado como morto pelo Império Português em terras brasileiras. O corpo de Zumbi, entretanto, não fora encontrado. Muitas lideranças africanas e descendentes de africanos passaram a se identificar com o signo “Zumbi”. De herói afro-brasileiro que liderou a mais significativa luta contra o racismo no Brasil: o Quilombo dos Palmares, Zumbi foi transformado em mito. Mito que reúne as qualidades de um povo inteiro. Unindo as qualidades ancestrais africanas com a luta afro-brasileira, Zumbi tornou-se a expressão não apenas da resistência do povo negro no Brasil, mas da permanência de valores e saberes africanos em território nacional. O Movimento Negro Organizado elegeu o 20 de Novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra a fim de denunciar o racismo estrutural brasileiro e promover políticas da igualdade racial em toda a nação. Oxalá, superemos o racismo premente em nossas terras. Oxalá conquistemos a cidadania negra - que é uma cidadania onde brancos, indígenas, orientais, mulheres, crianças, homens, homossexuais, adultos e anciãos estão incluídos. Chegou a hora de as políticas de promoção da diversidade deixarem de ser retórica para ser ação. Miremo-nos no exemplo de Zumbi! Viva Zumbi! Axé para o Povo Negro!

20 de novembro dia Nacional da Consciência Negra, se constitui em uma data de grande significado para o Brasil, a Bahia e o Recôncavo. A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB, através do Fórum 20 de Novembro - Pró-Igualdade Racial e Inclusão Social do Recôncavo, busca ressaltar a importância histórica, política e pedagógica dessa data, ao tempo em que tem buscado instituir atividades acadêmicas e sociais que visam contribuir para a promoção de ações, programas e políticas pró-igualdade racial e inclusão social no Recôncavo.

O evento acadêmico tem como objetivo fomentar discussões e reflexões relacionadas às políticas e práticas afirmativas e reunir pesquisadores e ativistas comprometidos com as transformações sociais e com a contribuição do fazer científico para a sociedade.

Os Fóruns são reveladores dos níveis de enraizamento e implicações da nossa Universidade com a história local, sua sintonia com as lutas dos movimentos sociais organizados, e comprometimento com as questões sociais e raciais, ao tempo em que revela também como esses referenciais têm sido constitutivos da sua organização e atuação, então assumidas como norteamentos político-pedagógicos, que ao integrarem o currículo acadêmico, contribuem para a superação das formas conservadoras e discriminatórias, no que tange não apenas às questões raciais, mas também de outras práticas sociais excludentes.