Revisitando teorias

Os artigos e resenhas nesta página foram produzidos por estudantes de fotojornalismo e integrantes do Grupo de Estudos em Plataformas Livres ( Link Livre), focados em Imagem, a partir de leituras de autores da área, e análise fílmica de docs sobre fotógrafos e percepção de imagens.

O olhar fotojornalístico
A captação do instante eterno

Por Evelin Lourena, Marilene Gonçalves e Sintia Souza

Introdução____________________________________________________

A fotografia é a arte de captar uma imagem instantânea e eternizá-la.  A captação deste instante, que jamais se repete, exige do fotógrafo mais que técnica e equipamento adequado, mas também, criatividade e senso de oportunidade para enfrentar as situações adversas que vão surgindo durante o trabalho.  A percepção do momento perfeito, da luz e ângulo adequados e tantos outros elementos da composição, é uma qualidade essencial que o bom fotógrafo deve ter. Embora a captação da imagem tenha se tornado mais acessível, por conta da revolução digital, estas facilidades não são suficientes para se obter imagens suficiente boas para surpreender, complementar e, em muitos casos, substituir as palavras escritas.  Para os profissionais da fotografia, em especial o fotojornalista, esta é uma tarefa um tanto quanto árdua. Em primeiro lugar porque a sua imagem deve ter como função primeira informar, segundo porque a capacidade de pensar rapidamente deve ser seu ponto forte, uma vez que, frequentemente, seu objeto não lhe dá tempo de estudar detalhes e planejar enfoques e terceiro, mas não menos importante, a percepção do momento perfeito, onde informação e arte se tocam e se complementam, depende muito mais de sensibilidade do que técnica.
A temática deste artigo centra-se no senso de oportunidade e criatividade que o fotógrafo necessita possuir para fazer imagens que, de uma só tomada, consiga transmitir toda a essência do momento e que tenham, além do valor informacional, a capacidade de prender a atenção do observador no que diz respeito à sua composição.

A imagem como aparelho da comunicação_______________________

A comunicação humana está intrinsecamente ligada à imagem. Desde os tempos em que a linguagem e a escrita não estavam desenvolvidas, a imagem era uma ponte de comunicação entre os grupos e, inclusive, servia de ensinamento aos descendentes.  Quando o homem consegue transportar para o campo externo a imagem que antes pertencia ao campo do pensamento, a transmissão de experiências se separa da necessidade da presença do corpo e, a partir daí, a imagem ganha o valor de informação.
O homem sempre nutriu o desejo de conservar e perpetuar suas experiências, seja através da transmissão oral de conhecimentos, seja através de imagens ou de códigos de escrita, que desenvolveu e aprimorou ao longo de sua evolução histórica. A fotografia nasce justamente do desejo que o homem possuía de registrar fatos instantâneos e torná-los eternos.  As cenas que, por muito tempo, os pintores tentaram retratar de forma mais aproximada possível do real, a invenção da fotografia foi capaz de capturar, revolucionando as artes visuais. Pela primeira vez, após incansáveis pesquisas científicas, uma imagem pôde ser registrada sem a interferência humana.
A evolução da fotografia permitiu a eficácia de seu armazenamento, conferindo às imagens fotográficas o valor documental e informacional que, até a atualidade, se configura como importante meio de transmissão e perpetuação de conhecimentos, especialmente no campo do jornalismo, onde a imagem é imprescindível para dar crédito à informação. A fotografia de valor jornalístico revela, denuncia, opina, expõe. O que está registrado na imagem não pode ser negado, esteve ali e, embora o tempo não volte mais, o instante ficou preso para sempre como um certificado de presença . “Aquilo que a fotografia reproduz até o infinito só acontecerá uma vez: ela repete mecanicamente o que nunca mais poderá ser repetido existencialmente” (BARTHES apud CORDEIRO, 2006).
As inovações tecnológicas na área de fotografia, compreenderam um fator determinante na utilização da mesma no campo do fotojornalismo, seja ele online ou impresso. Isto significa que a facilidade com que a imagem fotográfica pode ser processada e divulgada fomentou o mercado da informação, permitindo a difusão e instantaneidade de imagens informativas. Tais novidades exigem das empresas da informação a competência necessária para acompanhar a velocidade das notícias e seus desdobramentos, bem como a capacitação dos profissionais da fotografia para dar conta da rapidez com que a informação se difunde.

A busca do instante “perfeito”________________________________

As primeiras fotografias eram tiradas com máquinas grandes e que exigiam todo um ritual de captura da imagem, fazendo com que fotógrafo e fotografado dispusessem de um tempo de preparação até a concepção da imagem. A evolução das câmeras e, bem mais tarde, a invenção dos modelos digitais, proporcionou a rapidez da captura e da reprodução das imagens, facilitando o trabalho dos fotojornalistas e, ao mesmo tempo, dificultando a exclusividade dos assuntos, uma vez que a revolução digital tornou a fotografia acessível a qualquer indivíduo que possua uma câmera. O valor noticioso da fotografia exigia agora, não só a agilidade como também, criatividade e senso de oportunidade para transmitir informações através da imagem e ao mesmo tempo captar algo inédito, de um ponto de vista exclusivo e capaz de expressar a essência do acontecimento.
Ao fotojornalista, sobra-lhe a capacidade de ter um olhar treinado, capaz de identificar o momento perfeito para eternizar a cena que se apresenta à lente da câmera. Dentre os muitos princípios pelos quais se baseiam os fotojornalistas, um deles é nunca voltar para a redação sem a imagem. Além de estar sob o julgo do fator tempo, ele não tem a oportunidade de planejar enfoques, seu trabalho se baseia em uma pauta que, independente de todas as circunstâncias e imprevistos, precisa ser seguida. São características do bom fotojornalista, “capacidade de avaliar as situações e de pensar na melhor forma de fotografar, instinto, rapidez de reflexos, e curiosidade” (SOUZA, 2004, pg. 9). A arte de fotografar vai muito além do clicar, atrelada à necessidade de saber manusear seu equipamento e dominar suas funções, o fotógrafo deve ter um olhar treinado, capaz de identificar as singularidades do momento, captar não só a imagem, mas o sentido que há por trás dela, sua essência, sua emoção, o sentido do fato que, sob a lente da câmera, se eterniza no tempo e é uma prova que, o fato aconteceu.
Muitos fotojornalistas fazem verdadeiras peripécias para dar flagrantes, colocando, inclusive, a própria integridade física em risco. Outros levam consigo uma parafernália em equipamentos que, esporadicamente, possam lançar mão quando precisar. Ainda há aqueles que esperam, por horas a fio, o instante perfeito, a cena, a luz, a simetria, o cenário e tudo o mais que poderá conferir sentido à sua fotografia.

Profissionais da atualidade, risco, criatividade e talento_______________

O talento e a criatividade não são méritos apenas dos pais da fotografia. Na atualidade, profissionais qualificados, criativos e talentosos também inscreveram e continuam a inscrever seu nome na história da fotografia, perpetuando conhecimentos e aprimorando as técnicas de seus antepassados, através de novos olhares. Estes profissionais marcam suas técnicas na história e são referência às gerações futuras.   Algumas fotografias, tal é seu peso, são capazes de testemunhar fatos históricos e tornar-se atemporais, pela capacidade que possuem de se renovar sempre, a cada contemplar de novos observadores. Assim, tais imagens, ficam guardadas na memória de um povo, exprimindo a cultura de uma época.
Assim são as fotografias de Evandro Teixeira, fotógrafo brasileiro que, durante a ditadura militar, conseguiu revelar através de suas fotografias, a tensão do regime que havia se instaurado no Brasil. No documentário Instantâneos da Realidade, amigos e ex-colegas de profissão de Evandro contam histórias sobre o fotojornalista que conseguia congelar o sentimento de resistência daquela época e, ao mesmo tempo, denunciar as barbáries que o regime cometia contra os cidadãos. Para Evandro, fotografar era a palavra de ordem, porque “senão o povo não ia saber, as minhas fotografias diziam o que o texto não podia dizer, por causa da censura”. Arriscava-se no meio das repressões às manifestações, corria, quebrava equipamento, subia em arvores, mas fazia de uma cena simples, uma imagem cheia de sentidos. Evandro tem este olhar fotográfico, capaz de transformar cenas corriqueiras em uma imagem capaz de despertar conotações variadas e se tornar eternas e atuais a cada novo olhar. E suas fotografias vão além da capacidade de denúncia, são criativas, recheadas de sensibilidade de um artista que, equipado com uma câmera, retira do real o seu melhor enfoque.
No campo das mídias de entretenimento, a fotografia também ocupa lugar de destaque, verdadeiras histórias são contadas através de fotografias, sem mencionar aqui o valor da fotografia na propaganda publicitária. A revista Natinonal Geografic tem uma equipe de profissionais especializados em revelar a natureza selvagem, com aprimoradas técnicas de fotografia. Para estes profissionais, a busca pelo instante perfeito exige tempo, esforço físico e mental. E o resultado é a natureza revelada em seu melhor ângulo, com toda a exuberância de suas formas e vidas selvagens.
Conclusão____________________________________________________

É evidente que não basta apenas conhecer a técnica, fotografar é também sabedoria. Sabedoria e ousadia de aprender continuamente, por isso o fotojornalista deve-se mover pela curiosidade, principalmente a curiosidade pelo outro. De acordo com KLEINUBING (2007 p.2) “O observador das imagens é também um intérprete, quando colocado na posição de investigador da realidade.” Querer saber quem são as pessoas e o que fazem, garante ao profissional oportunidades de registrar exclusivamente o melhor momento.
Não se pode deixar de ressaltar o papel testemunhal do fotojornalista, ele tem em suas mãos o poder da denúncia e, por conseguinte, a oportunidade de transformar a sociedade. Infelizmente, diante de sua atuação, é comum ver alguns fotojornalistas sendo preteridos como alguém que busca o estético da tristeza, como um caçador de desgraça, aquele que se apropria da imagem alheia. De certo, sensacionalismo não é jornalismo. Mas, é verdade também que o trabalho desses profissionais, os quais se submergem em áreas de conflitos, em ambientes desumanos, que vivenciam a realidade do ambiente retratado, abrem portas para que a miséria dessas pessoas possam ser reveladas ao mundo e que, em algum momento, uma imagem destas venham a tocar alguém em poder de tomar uma iniciativa e assim criar uma pequena chance dessas pessoas terem um futuro melhor. Logo, todo trabalho terá valido a pena.
O fotojornalista não deve se omitir e mostrar apenas imagens de um mundo perfeito, um mundo de diversões, moldando uma irrealidade, quando há realidades adversas que, imperativas à nossa vontade, continuam a existir.
Diante desse fato, como separar um bom de um mau trabalho?  A resposta é simples, quando se decide publicar determinada imagem, produzindo informação com qualidade, é necessário que o repórter fotográfico exponha uma linguagem adequada para transmitir a dramaticidade da situação, aliada aos valores éticos.  E isto, é sempre bom lembrar, não exclui o uso da criatividade do fotojornalista, ao contrário, uma boa fotografia tem a capacidade de expressar o que um texto inteiro não consegue traduzir.

Referências_____________________________________________________

CANAVILHAS, João Manuel Messias. Do jornalismo online ao webjornalismo: formação para a mudança.

DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico. Tradução Papirus editora, São Paulo, 1999.

KLEINUBING, Caroline et. al. Fotojornalismo Documental e Cidadania: A Exposição do Fato para a Construção da Identidade Comunitária. Artigo apresentado à Universidade Federal de Viçosa, MG, como projeto da disciplina de fotojornalismo. Minas Gerais, 2007.

OLIVEIRA, Erivam Morais de. Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital. Editora Communicare. São Paulo, v. 5, n. 1, ano 0, p. 159-165, jan./jun. 2005.

SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo, uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Editora contemporânea, Porto, 2004.

A PAUTA FOTOGRÁFICA

Diego Almeida
Julio César Sanches
Tiago Sant’Ana

A atividade jornalística é marcada por uma corrida voraz pela notícia. Acompanhado do repórter, o fotojornalista tem a função de informar através da imagem, de mostrar o acontecimento ou de complementar a notícia por meio de ilustração. Nesse sentido, a pauta é o roteiro utilizado pelo jornalista para poder identificar o tema principal da matéria, os entrevistados. Apesar do seu caráter de agendar, a pauta não deve ser seguida como uma forma de limitar o trabalho do repórter, mas, sim, como uma linha de pensamento. Cabe ao jornalista então, ver ângulos diferenciados, saber abordar a pessoa entrevistada e fazer uma redação clara e concisa da reportagem.
O fotojornalista, assim como o repórter tem uma pré-definição do assunto que ele vai fotografar – a pauta fotográfica. Geralmente, a pauta fotográfica é indicada pelo editor de imagens e fotografia. Ela descreve o tema principal da matéria, as possíveis fotos a serem capturadas, além de informar qual será a finalidade da foto – se vai para a capa, matéria secundária ou manchete.
Nesse sentido, em consonância com Lins & Valente (1997) a função do repórter fotográfico segue os mesmos princípios e códigos éticos do processo jornalístico como um todo. Essa função, por sua vez, deve ser tratada com seriedade e compromisso social, visto que a fotografia na imprensa tem um caráter informacional que transcende os princípios estéticos – que servem de atração para o leitor. O profissional da fotografia jornalística tem que ter poder de reação, além de ter que captar momentos de expressão das pessoas entrevistadas. Quando a fotografia for de paisagens, um ângulo diferenciado e criativo é essencial – mas, também é preciso ter em mente que o objetivo daquela fotografia é informar, além de atender ao pedido feito na pauta.
No filme Instantâneos da realidade é mostrado que apesar de o fotógrafo ter duas pautas, ele pode escolher a que acha mais interessante, a partir do potencial imagético do evento fotografado e também de um pouco de subjetividade. No caso específico do filme, o fotógrafo Evandro Teixeira tinha duas possibilidades de fotoreportagem – ou cobria o velório de Pablo Neruda no Chile ou o golpe militar daquele país. Ele toma a decisão de fazer as fotos de Neruda e faz fotos que marcaram a história daquele país e de sua carreira. O que deve ser pensado, porém, é que para fazer escolhas, exige-se experiência e também senso crítico para analisar até que ponto o fotojornalista pode recusar uma pauta dada a ele, visto que “a função do repórter fotográfico é contar uma história através dos instantes que a sua objetiva capturou” (Lins & Valente, 1997, p. 11).
Ao repórter fotográfico é dada também a tarefa de sugerir ou de colocar legenda na fotografia que ele capturou. A legenda tem uma função importante e associada à fotografia dá identificação espacial, temporal, além de dizer que são os personagens ilustrados naquela imagem. A legenda tem uma função fundamental e por isso deve ser escolhida com cuidado. Ela não deve dizer o que a imagem por si só já demonstra, mas sim transcender o seu caráter ilustrativo e passar a ser informativo – trazendo informações que não estão contidas no texto jornalístico. Desta forma, cabe ao fotojornalista a responsabilidade de apuração das informações essenciais à elaboração da legenda para a  foto que produziu.
Com os pressupostos do enquadramento da notícia em mãos, o fotojornalista produz informação imagética paralelamente ao jornalista, onde o produto fotografado deve contemplar as dimensões tratadas no texto ou expor informações que transcendam os limites escritos na matéria. Porém, não devemos esquecer que a prática exercida pelo fotojornalista também passa por alguns percalços que determinam certa flexibilidade no ato fotográfico.
A contemporaneidade que é marcada pela efemeridade da notícia demonstra que o exercício jornalístico, como um todo, passa pelo viés da simplificação e pela exacerbação do objetivo. Desse modo, o fotojornalismo exerce o papel primordial de informar através da imagem e, deixa transparecer o caráter informativo e qualitativo da informação. Assim, no fotojornalismo, as fotografias devem transmitir dinamizações que permitam aumentar as potencialidades da informação inscritas nos textos jornalísticos.
Paradoxalmente, a criação da pauta fotográfica transmite um acordo cíclico dos valores-notícia, assim, muitas pautas podem ser “esperadas” no jornalismo, por exemplo, enchentes, morte de famosos, catástrofes e acidentes no trânsito. Mas, é no fotojornalismo que esses fatores cíclicos da pauta ganham o caráter do inesperado e surpreendente, consequentemente, como fator que dá ao fotojornalista a liberdade e a possibilidade de diferenciação no enquadramento das fotografias, pois nenhum momento é igual ao outro, assim, consecutivamente as fotografias sempre estão “liberadas” para exercer seu papel informativo.
A partir disso, é possível compreender que uma pauta fotográfica ganha o caráter de ambivalência no contexto da notícia, em que inicialmente existe uma projeção dos fatos e logo depois aparece o instantâneo e o novo. Dessa forma, é importante pontuar que a experiência é um fator importante para as escolhas e produtos fotográficos de um bom fotojornalista, não distante disso o conhecimento das técnicas fotográficas, dos equipamentos e das novas tecnologias também são imprescindíveis.

Referência Bibliográfica:

LINS, Alene & VALENTE, Rosangela. Fotojornalismo: informação técnica e arte. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 1997.

Equipamento e Ambiente__________________________

Por Fernando Mota, Priscila Vasconcelos e Simone Santos

O surgimento da fotografia, no início do século XIX, revolucionou o mundo das imagens e proporcionou o registro de muitos acontecimentos. No século XX, quando a fotografia passa a ser usada como instrumento da imprensa,  os fotógrafos exigiram melhores equipamentos e mais pesquisas em fotografia. Segundo Erivam Morais, a cobrança por equipamentos mais leves e ágeis despertou nos fabricantes o interesse de investir no setor, provocou uma renovação no mercado e chamou a atenção do público para as novidades tecnológicas e para as belas imagens que surgiam diariamente, principalmente, na imprensa.
A emergência da fotografia digital, em 1980, gerou muitas especulações acerca do desaparecimento da fotografia analógica e possibilitou a formação de um complexo e diversificado mercado fotográfico. As câmeras vão desde as mais sofisticadas – dispondo de recursos eletrônicos e funções específicas – até as mais simples e de fácil manuseio. Cada equipamento conta com um variado sistema funcional que influencia diretamente na qualidade técnica da fotografia, adaptando a câmera aos diversos ambientes.
Para Ramalho e Palacin, o melhor equipamento é aquele que atende os pré-requisitos do fotógrafo, por isso é preciso que se estabeleça as necessidades básicas requeridas pelos quadros que são comumente fotografados.
Como é o caso das fotografias subaquáticas, criadas em 1892 por Louis Boutan. Ao perceber que seria impossível focar o objeto embaixo da água com a câmera convencional, ele adaptou o equipamento e colocou uma caixa de cobre à prova d’ água. Com a evolução dos aparelhos, as câmeras já possuem vários recursos para obtenção de melhores imagens na água, como flash e lentes específicas. Para tirar boas fotografias neste ambiente, deve – se usar uma resolução maior que 5 mega-pixels, lentes conversoras e zoom ótico de pelo menos 3x.
Em ambientes noturnos, onde há a impossibilidade do uso do flash, a câmera deve oferecer ajuste do obturador e contar com recursos de dupla exposição (RAMALHO, PALACIN, 2004). Para controlar a luminosidade, o fotógrafo deve também manipular a abertura do diafragma e controlar o tempo de exposição. Já as fotos em close-up e de pequenos detalhes, como flores e insetos, exigem a utilização da função macro ou aproximação da câmera, adaptando as lentes.
As fotografias de desportos geralmente alcançam maior qualidade quando o equipamento possui um zoom sofisticado e um controle manual da velocidade do obturador, é importante também que estas câmeras possuam suporte para a troca de lentes por teleobjetivas (RAMALHO, PALACIN, 2004).
Contudo, é importante ressaltar que o bom resultado obtido em uma fotografia varia de acordo com a sua composição, o olhar fotográfico e do instante captado pelo disparo. José Ramalho, na introdução do livro Escola de Fotografia, faz uma ressalva aos aspectos técnicos e funcionais dos fotogramas utilizando de um exemplo particular, no qual afirma que uma de suas melhores fotos dependeu simplesmente do seu olhar e da sagacidade em disparar o obturador da câmera:
‘Se eu dispusesse de uma máquina com mais recursos, a foto certamente teria sido mais bem aproveitada ou, talvez, perdida pelo tempo que eu levaria para fazer algum ajuste’ (RAMALHO, PALACIN, 2004).

Referências

1- RAMALHO, José Antonio. PALACIN, Vitche. Escola de fotografia.2004. Ed.Futura
2- OLIVEIRA, Erivam Morais. Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital. In: <Bocc.ubi.pt>.
3- Brasilmergulho.com. Acesso em 12 de agosto de 2009

“O fotógrafo tem que ter este olhar especial”   – Evandro Teixeira
Como o personagem se apresenta na fotografia jornalística

por Izana Pereira, Laura Oliveira e Tárcio Mota

Ao olhar uma foto as pessoas tendem a perceber inicialmente os elementos vivos porque eles denotam ao humano, à idéia de ação e geralmente são pontos chaves para o enquadramento de um cenário. Em seguida as atenções são voltadas para os elementos móveis justamente por indiciar mobilidade. Por fim, os olhares se voltam para os elementos fixos, que por essa questão não são enfatizados.
Cientes da primordialidade das figuras vivas nas fotos, analisar como aparecem as pessoas na fotografia é um ponto relevante para o jornalismo. Quando a imagem é eternizada diante do pequeno orifício da objetiva as expressões humanas são capazes de conotar toda representatividade cultural que aquela pessoa vivencia.
De acordo com os gêneros jornalísticos as pessoas aparecem nas fotografias em forma de retrato ou em perfis fotográficos. Os retratos traduzem diretamente a linguagem fotojornalística do instante, da naturalidade; já os perfis são trabalhos feitos com um estudo anterior ao cenário se encaixando melhor ao fotodocumentarismo.
De acordo com Jorge Pedro Sousa (2002), as pessoas precisam estar sempre presentes nas produções jornalísticas, haja vista, que a presença humana dinamiza as produções.
O retrato fotojornalístico existe, antes de qualquer coisa, porque os leitores gostam de saber como são as pessoas que aparecem nas histórias. A difícil tarefa do fotojornalista ao retratar alguém consiste em procurar não apenas mostrar a faceta física exterior da pessoa ou do grupo, mas também em evidenciar um traço da sua personalidade (individual ou colectiva, respectivamente). A expressão facial é sempre muito importante no retrato, já que é um dos primeiros elementos da comunicação humana. (SOUSA, 2002, P. 121).
Os retratos podem se dividir em mug shots e retratos ambientais. Os mug shots são retratos realizados com o enquadramento em primeiro plano.

(…) a tarefa principal do fotojornalista consiste em explorar o retrato, realçando um traço da personalidade do retratado que esteja estampado na sua face, evitando, assim, que a foto pouco mais seja do que uma foto de estúdio de uma pessoa sorridente. (ibidem, 123)
Os retratos ambientais por sua vez, contextualizam o indivíduo com o seu ambiente. Esse fato pode ser evidenciado no livro Canudos 100 anos de Evandro Teixeira, onde as pessoas aparecem como ponto referencial no ambiente fotografado, evocando assim todo conhecimento simbólico cultural do Brasil, em que as imagens ontologicamente representam um fato político histórico e  social.
Em fotos deste tipo, é essencial que o jornalista tente sempre neutralizar a presença da câmera e tentar fotografar as pessoas sem quebrar o andamento da narrativa que ele fotografa para que ela tenha coerência e esteja bem explorada.
As figuras dos personagens são mais enfatizadas quando se trata de foto perfil, pois, nesse tipo de composição muitas vezes a história dispensa a utilização da palavra,visto que, quando ela aparece é apenas como um acessório. Nesse caso a imagem é que tem o poder de narrar a história de vida do retratado.
A relação que o operator estabelece com o spectrum é de fundamental importância.  É preciso que haja uma relação de cumplicidade entre os dois. Para Ricardo Cordeiro (2005/2006) o operator nada mais é que o fotógrafo em si enquanto o spectrum está associado às práticas do fazer, experimentar e olhar.

Referências Bibliográficas

CORDEIRO, Ricardo. Fotografia publicitária e fotografia jornalística: pontos em comum. Tese de mestrado em Ciências da Comunicação na Universidade da Beira Interior. 2005/2006.

SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo. Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Porto. 2002.

TEIXEIRA, Evandro. Canudos 100 anos. Editora Textual, Rio de Janeiro, 1997.

Os desafios do fotojornalismo

Por Alana Fabiane, Alisson Gutemberg e Welbert Conceição

Todo fotojornalista “deve ser dotado de sensibilidade, capacidade de avaliar as situações e pensar na melhor forma de fotografar, instinto, rapidez de reflexos e curiosidade. Ou capta a situação no momento certo e único, ou então perde a oportunidade, pois os acontecimentos surgem e desaparecem rapidamente”. (SOUZA, Jorge Pedro. 2002 p.9). Dessa forma, pode-se verificar que existem desafios inerentes a profissão. Nem sempre o fotógrafo se encontrará numa situação agradável, nem terá condições para conseguir uma foto majestosa.
Compor uma imagem no calor de determinada situação não é fácil, pois o fotógrafo deve congelar vários instantes, e toda essência de um acontecimento em única imagem, de forma que responda onde, como, quando e por quê.  Segundo os documentários “Evandro Teixeira – Instantâneos da realidade” e “ National Geographic“, o momento mais difícil do fotojornalismo é aquele em que é preciso estabelecer uma relação com as pessoas que entrarão na foto. Elas geralmente não estão preparadas, mas o fotojornalista deve conquistar a confiança a ponto de fazê-las se envolver completamente na fotografia. As mesmas devem mostrar-se à vontade, pois quando fazem assim, ajudam o fotojornalista a cumprir sua função como construtor de sentidos a partir das decisões que toma ao clicar.
O documentário “National Geographic” também mostrou que o fotojornalista fica submetido ao frio, à fome, aos insetos, animais perigosos, sol escaldante, e é preciso se precaver constantemente de circunstâncias de risco. Todos esses fatores retiram o conforto do fotógrafo. Um dos fotógrafos, por exemplo, ao tentar registrar o momento em que um macaco estava pendurado em uma árvore, foi coberto por vários insetos. Mesmo assim, ele teve que permanecer ali parado, até conseguir capturar algo sublime que não seria captado novamente. Outra fotógrafa teve que ficar horas esperando para ver leões matando e devorando uma zebra. Segundo ela, presenciar aquela cena foi horrível, mas em algum momento alguém precisaria registrar como os predadores se comportam.
Além dos desafios acima citados, o fotojornalista trabalha dependendo dos avanços técnicos, estes apesar de facilitarem sua tarefa também impuseram maiores dificuldades. Houve mudança na forma de revelação, visto que antes era necessário muito tempo e dinheiro, porém com o avanço das câmeras digitais todo esse processo foi agilizado. Mesmo com toda evolução técnica visível, alguns fotojornalistas defendem que as fotografias perderam qualidade profissional, devido à possível manipulação, e isso acaba por gerar uma discussão ainda maior, pois não se sabe se a fotografia está passando por uma crise, ou por uma fase de adaptação a novas tecnologias.
Referências:
SOUZA, Jorge Pedro. Fotojornalismo Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa, Porto 2002.

Documentários: National Geographic e Evandro Teixeira – Instantâneos da realidade

O personagem na fotografia

“Quando um homem vê a si mesmo através dos velhos retratos dos álbuns, ele se emociona”. Boris Kossoy

Por Elsa Filgueiras, Gilvanéia de Souza, Kelma Costa.

Uma única fotografia encerra em si uma infinidade de histórias, já que ela é o registro de um momento único que não poderá retornar no tempo. Os personagens deste registro, então, têm grande relevância, já que muitas vezes a significação de uma foto reside justamente nos detalhes da expressão que serão captadas pela câmera.
Quantas vezes, olhando determinada foto, somos capturados pela expressão do fotografado? Nosso olhar passeia pela foto e desperta questionamentos que podem ser respondidos, ou não e isto também é muito interessante, pela foto em questão. O que pode existir por trás de um sorriso escancarado, um olhar perdido, uma expressão carregada ou a aparente tranqüilidade de alguém?
Além da relação harmoniosa que deve existir entre o fotógrafo e o personagem, para se obter uma foto de qualidade, é preciso levar em consideração o ângulo que se deve fotografar, a montagem da composição deve está em equilíbrio e o enquadramento tem que primar pela revelação da beleza que se encontra presente em cada personagem. Se estes elementos de composição forem bem explorados, certamente o resultado será muito bom.  (RAMALHO,PALACIN,VITCHE, 2004, p. 181)
Antes feitas em estúdios de forma mecânica e com poses, as fotografias não revelavam muito dos seus personagens. Momentos felizes, tristes, de comemoração de grandes datas eram mostrados ao espectador com as mesmas expressões, congeladas e sempre sérias e sisudas. Hoje as fotografias revelam mais sentimentos porque há uma desfixação da expressão dos fotografados. Alguns personagens de fotografias são tão marcantes que se perpetuam e deixam suas marcas, são atemporais. A menina afegã retratada na capa da National Geographic é o exemplo da expressão eternizada. Quem não se comoveu ao mirar aquele olhar, que diz tanta coisa e esconde outras tantas?
Nas fotografias de Evandro Teixeira, o personagem humano é sem dúvida o mais constante.  Ele eternizou em suas fotos personagens da política, artistas, além de retratar por meio do seu trabalho, a vida simples do povo do sertão nordestino, especificamente, Canudos. Por meio de suas fotos, é revelada a beleza de cada personagem, esteja ele na simplicidade e na pobreza do sertão ou nos eventos mais importantes de cunho político. A emoção é sempre revelada nas suas fotografias.
Evandro Teixeira consegue retratar a mais pura beleza das pessoas fotografadas porque fica evidente em seu trabalho a existência da cumplicidade entre quem fotografa e quem é fotografado, assim se estabelecendo a relação de dupla troca. Todo fotógrafo tem que trabalhar sempre no intuito de desenvolver uma relação harmoniosa com o personagem da sua fotografia para que o resultado seja satisfatório.
No documentário – Instantâneos da Realidade – que conta sua trajetória profissional, Teixeira cita uma foto feita com Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Chico Buarque onde esta cumplicidade se explicita. Estes três personagens tornaram-se coautores de uma foto antológica, ao decidirem que iriam ser fotografados deitados em uma mesa, depois de muitos drinques. Claro que a genialidade de Evandro intuiu que, já que eles estariam deitados, seria melhor que ele estivesse num plano mais alto (plongé) . Subiu em engradados e tirou a foto, depois caiu, porque também tinha bebido “um pouco” com os retratados. A foto ficou famosa, tanto pelo fotógrafo como pelos modelos.
Na verdade, assim como um bom texto, a fotografia não é apenas aquilo que parece ser. Ela nos revela e nos esconde detalhes que só um bom “leitor” pode perceber. O que pode ser entendido, o que está nas entrelinhas da foto, também nos é mostrado pelo personagem, além daquilo que o fotógrafo “acha” que está vendo.
Em tempos de manipulação da imagem, o fotografado, ou seja, o personagem pode decidir como quer aparecer: magro ou gordo, olhos claros ou escuros, sendo revelado aos outros da maneira que melhor lhe convier. Mas mesmo que ele possa escolher como vai sair na foto, a sensibilidade e a competência do fotógrafo não podem ser deixados de lado. A genialidade também consiste em fazer com que as manipulações, mesmo artificiais, possam parecer extremamente naturais.

A pauta fotojornalística
Por Caio Braga, Lucas Fernandes e Renato Luz.

Introdução

A fotografia jornalística adquiriu um espaço fundamental na imprensa da sociedade contemporânea, já que está inserida num contexto de sociedade do espetáculo, onde certamente o poder imagético transcende as barreiras da linguagem verbal. O domínio da técnica fotográfica, seja com câmaras manuais, amadoras hi-tech ou profissionais digitais (onde se controla entrada de luz, profundidade de campo, lentes, filmes, filtros, flash, etc.) são base imprescindível do trabalho do fotojornalista. Em fotojornalismo a pauta sempre é a notícia, a informação. Isto é, todo o cotidiano, um dia fotografando a favela, outro registrando a visita do Presidente da República a um município do interior, como Cachoeira. Para o fotógrafo de imprensa, seja qual for o meio de comunicação (jornal, revista, internet), a foto é o resumo de um acontecimento que vai levar o leitor a desvendar a notícia.  Na fotografia de imprensa a pauta (expediente predeterminado dos afazeres do dia) deverá ter como regra geral, além de transmitir uma informação, se caracterizar por um tom expressivo, e muitas vezes sensibilizador, com cores firmes, texturas, composição e planos definidos. A foto deve ser “limpa”, sem interferência do fundo do ambiente no assunto – a não ser que ele seja proposital. O momento do click também é essencial na construção de uma foto clara e dinâmica, isto é, elementos como clima, presença, agressividade, suavidade, ou mesmo um flagrante devem estar explícitos de acordo com a composição da fotografia. É necessário para tanto, conhecer ao menos de forma genérica o assunto a se fotografar, de forma a buscar na fotografia a essência das raízes culturais do tema. A avaliação de informações e o contato com as fontes se tornam primordiais para isso. O fotojornalista, tendo com base sua pauta, deve a todo o momento perguntar-se do potencial de notícia por si só da foto, sua utilidade como informação, levando em consideração elementos como a criatividade e sensibilidade que a foto pode passar.

A fotografia, sem dúvida, registra e documenta as relações entre o homem, o mundo e as coisas, trazendo à tona de forma materializada, as condições do ambiente social do qual se origina. A fotografia como documento e registro dos fatos sociais e da cultura histórica, adquire dimensão especial para o homem, quando lhe empresta sua contribuição.
(http://prismaoficinadefoto.tripod.com/id6.html)

A pauta fotográfica

É o primeiro roteiro para a produção da fotografia jornalística. É de responsabilidade do editor de fotografia. A editoria que solicita determinada cobertura fotográfica deve indicar claramente os objetivos e hipóteses da pauta. Já a partir da pauta jornalística é possível prever prováveis fotografias e é nisso que se baseia a pauta fotográfica porque ela é derivada de discussões que acontecem, normalmente, baseadas na pauta jornalística dada ao repórter na redação. A pauta prevê a produção da foto que irá ilustrar uma matéria, mas o repórter-fotográfico não é apenas ilustrador. Ele deve entender a história e transformá-la em uma imagem. A pauta fotográfica tem mão dupla. O repórter precisa passar informações que ajudem o fotógrafo a seguir a pista certa. Também acontece o contrário: a equipe de fotógrafos é a única em um jornal que faz 100% do trabalho na rua. É a chance de descobrir coisas novas e pautar o repórter. A pauta fotográfica não necessariamente é escrita e nem sempre é premeditada. Um acidente de carro, por exemplo, uma general news, só vira pauta na hora em que acontece. A pauta é elaborada, nos dias de hoje, por editores e sub-editores; no passado, existia o pauteiro fotográfico. Apesar de ser detalhada e repleta de orientações editoriais, a pauta fotográfica não é rígida: o fotojornalista pode modificar abordagens e até mudar completamente a natureza da fotografia que irá produzir levando em conta os acontecimentos factuais que presenciar depois de sair da redação em busca da mesma. Numa situação em que esteja ocorrendo, por exemplo, dois acontecimentos importantes ao mesmo tempo e só é possível cobrir um, cabe ao fotojornalista decidir qual dos dois ele irá priorizar, usando para isso sua intuição, experiência, ou sensibilidade.

Um exemplo de pauta fotojornalística – O parque Halfed é muito mais do que uma área verde encravada no meio de Juiz de Fora. É o pulmão verde da região, mas também é lugar de encontros e desencontros, de passagens e parada. Já foi região privilegiada, com os poderes ao seu redor. Mas, de uns tempos para cá, tem sofrido com a degradação da região central. A prefeitura há muito não fica mais ali, os vereadores também dali querem sair. Daqui a pouco talvez saia o fórum e fiquem apenas as igrejas. E por falar de igrejas, diferente da maioria das cidades mineiras, ali convivem duas religiões diferentes: a católica e a metodista! Isso! Talvez fruto do pioneirismo da cidade. Mas sabe o que eu quero? Quero que me tragam imagens interessantes do pequeno mundo que é o parque: gente que vai e que vem, quem fica parado, jogando conversa fora, brincando na praça, namorando, trabalhando ou jogando numa das inúmeras rodas de baralho e dominó. Tem também aqueles artesãos. Vamos trazer cenas interessantes visualmente! Quero mais ou menos umas 36 imagens,  na vertical e na horizontal, planos abertos, muito PG e PM, mas também quero muito primeiro plano, detalhes dos rostos, mãos. Cuidado com os enquadramentos. Nada de enquadrar de cima para baixo! Vejam se conseguem ainda umas imagens tomadas dos diferentes espaços ao redor do parque e ao contrário também. Quero a visão de fora e de dentro pra fora, deu pra entender? Além disso, cuidado com a luz. Como tem muita árvore, às vezes a luz fica abaixo do que precisamos e alguns elementos podem se perder na penumbra. Mãos à obra!
REFERÊNCIAS :
Prisma oficina de foto, disponível http://prismaoficinadefoto.tripod.com/id6.html, acessado em 12 de agosto de 2009.

Fotojornalismoj, disponível em < http://fotojornalismojf.wordpress.com/faca-voce-mesmo/atividades-6º-jornalismo-fotojornalismo/  >, acessado em 12 de agosto de 2009

Desafios do Fotojornalista

Por Rafael Araponga, Franciele Macêdo e Eber Mota

O Fotojornalismo, fazendo parte de uma área de fotografia documental, tendo como sustentação o pilar da informação, e questões de valor-notícia, tem como sinônimo as palavras ousadia e desafios. Tomando o contexto do tempo em que estamos inseridos, a era da digitalização do fotojornalismo, questões relacionadas à ética da imagem, a ética do registro, têm sido debatidas como nunca, visando a quebra e a mínima manipulação da s imagens obtidas e registradas, que tem encarregadas em si o valor-notícia, a busca pela verdade retratada através daquela imagem, então esta questão da ética no fotojornalismo no mundo contemporâneo, na era da digitalização, é um pilar que sempre vem sendo debatido, posto como um desafio aos fotojornalistas, ou seja, manter a essência da imagem retratada com o seu valor notícia é um desafio aos fotojornalistas. Dentro desta linha do registro da imagem um grande desafio para os fotojornalistas, desde o início desta atividade, é a questão da melhor representação que aquela imagem tem como valor notícia, não está somente ligado à arte, mas a notícia, originando o valor notícia daquela imagem, a fotografia tem que englobar o que o texto passa e muitas às vezes contribuir, ir além do texto, a boa fotografia tem que ter a sua representação como fonte de informação, presenciamos estas questões no fotojornalista baiano e erradicado no Rio de Janeiro, Evandro Texeira, onde, como afirmam muitos jornalistas que trabalharam com ele, ou estudiosos e especialistas da área de fotojornalismo, extraía de simples imagens, extraordinárias mensagens que muita as vezes passava uma maior mensagem do que o texto que a acompanhava. Durante a sua ida ao Chile no ano de 1973, onde tinha como pressuposto fotografar o regime militar naquele país, ele soube da morte do poeta chileno Pablo Neruda e registrou aquele raro momento. Deste capítulo podemos extrair um outro desafio do fotojornalista que é a capacidade de perceber o mundo a sua volta e as importâncias dos fatos neste mundo, Evandro Texeira deixou naquele momento importantes registros fotográficos no Chile “militar”, para cobrir e ser um dos primeiros, se não o primeiro fotojornalista a cobrir e registrar a morte do influente e respeitado poeta chileno Pablo Neruda, então a questão de ter um conhecimento histórico social, saber da importância dos fatos que o cerca, é um desafio e um pilar que o fotojornalista tem que ter em mente, além disso Texeira teve a ousadia de entrar em locais que seriam impossíveis o acesso se não tivesse a ousadia e a busca pela melhor imagem, essa questão da ousadia é essencial para o registro de boas imagens. No tópico abaixo iremos extrair dos documentários “Setor de Fotografia da National Geographic” e “Evandro Teixeira e o (click) fotograma”, situações em que o fotojornalista se insere e interage com o ambiente buscando as melhores imagens, as melhores fotografias com os seus respectivos objetivos.

A Visão e desafios do fotojornalismo pela National Geographic e por Evandro Texeira:

Tomando como referência um documentário sobre o setor de fotografias da empresa National Geographic, e outro documentário sobre a vida do fotojornalista brasileiro Evandro Teixeira e o (click) fotograma, analisamos que nesta obras e em depoimentos de fotógrafos, ficou nítido que, no fotojornalismo, o essencial para a obtenção de uma boa imagem é, justamente, pegar aquilo que falta e aquilo que sobra e registrar. Há experiências tidas como valiosas para os profissionais da fotografia. Momentos são registrados e documentados fazendo com que se torne um marco histórico na vida do fotografado e do fotógrafo. A imagem de Lula em um barco, na nascente do São Francisco, indo em direção a Juazeiro é enfatizada –pelo fotógrafo – como um momento importante em sua vida. É preciso tornar uma cena cotidiana em um momento único, em um cenário artístico. O fotógrafo precisa saber visualizar tais fenômenos. Ao fazer uma simples foto de casamento, um fotógrafo consegue enxergar a falta de perspectiva através do olhar e da postura dos noivos. Tal fato constitui, por exemplo, o diferencial de um bom fotógrafo. Este precisa realizar um trabalho baseado na exploração de cenas comuns, que até então não foram exploradas por outras lentes. É preciso encontrar e fotografar algo que ainda não esteja na mídia. Evandro Teixeira é tido como referência, no Brasil, por meio do seu trabalho fotográfico. Ao registrar pessoas com mais de cem anos (cem pessoas com mais de cem anos), em Canudos, ele registra sua marca por meio da maleabilidade com que ele trata suas fontes. É importante deixar o fotografado relaxado no momento em que as fotos forem tiradas, para que estas saiam com um aspecto de mais naturalidade. Estar inserido no contexto do fotografado é importante. Embora tal inserção não caracterize uma tarefa fácil. A intimidade com a fonte rende imagens mais profundas e que podem causar mais impacto. Sabe-se que um foto tem o poder de transformar a vida de uma fonte. Logo, a ética, no momento em que ela é tirada, conta muito. Mas, há situações em que se faz necessário a existência da neutralidade. Muitas vezes, o fotógrafo se esconde atrás de seu equipamento, não permitindo envolvimento com o quadro em questão. É como se proteger, emocionalmente – muitas vezes – da realidade cruel que o circunda. Há depoimentos que relatam a dificuldade de registro em alguns locais. Problemas com a burocracia das autorizações. O fato de se perder tempo com estas ao invés de estar fotografando, doenças que se contrai em determinados ambientes, a miserabilidade (já mencionada) que sensibiliza o profissional, entre outros fatores, fazem e expressa os desafios encontrados pelo fotojornalista em diversas situações do cotidiano, fazendo que seja uma profissão amada por muitos, e praticada com qualidade por poucos.

Fotojornalismo é arte:

Como toda arte o fotojornalismo é repleto de desafios, alguns descritos neste texto, onde a obtenção de imagens noticiosas, que vá além do “comum”, fazendo com que seja diferenciada, apreciada e reconhecida, é o principal foco desta arte. Na era da digitalização, o acesso à fotografia e ao “gênero documental” de fotojornalismo tem se expandido e facilitado, fazendo com que vários desafios como a ética neste gênero, o desafio do click, da pegada no fio da meada para que a imagem obtida seja rica em valor mensageiro, sendo até considerada arte, como presenciamos nas fotografias do fotojornalista Evandro Teixeira, sejam de propriedade de todos e para todos.