Casais de Cachoeira, na Bahia, relatam suas visões sobre a vida conjugal
Tom Figueredo
*Publicação de dezembro de 2022
A vontade de alguns casais jovens é se casar e construir uma família, mas nem sempre é fácil realizar esse projeto. O número de casamentos civis vem caindo nos últimos anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pesquisa Nacional Por Amostras de Domicílios (PNAD) de 2020 mostrou que, pelo quarto ano consecutivo, a quantidade de casamentos civis caiu em 2019. Os registros totalizaram 1.024.676 casamentos, o que representa uma queda de 2,7% de certidões.
“Muitas das vezes o casamento não é um conto de fadas como é contado em muitos filmes, e acabamos nos iludindo. A vida a dois é muito mais difícil, pois passamos a viver com outra pessoa e ter que nos acostumar e aprender mais sobre o companheiro, tanto os defeitos quanto às qualidades. E se não tivermos maturidade para lidar com essa mudança de rotina, acabamos nos frustrando pois tudo que achamos ser não é”, relatou a estudante Luzimara Leite, 20 anos, moradora de Cachoeira e casada há 5 anos.
Já para a manicure de 25 anos, também moradora de Cachoeira, e que optou por não ser identificada, todo casamento tem problemas que não são desejados. “De acordo com a bíblia é necessário que haja essa união entre os casais E segundo que de certa forma é uma garantia para várias situações, exemplo: inclusão em um, plano de saúde, em caso de óbito é mais fácil para resolver todas as situações. E terceiro porque a partir do momento que escolhemos alguém pra está ao nosso lado é necessário firmar uma aliança. Todo casamento tem problemas que não são desejados. Os casais sendo maduros o suficiente pra entender um ao outro eles saberão conviver sendo casados no civil ou não”, afirmou.
Vida a dois
O auxiliar de serviços gerais, 23 anos, que também preferiu não ser identificado, também reforça a importância do casamento civil. “Eu acho muito importante porque passa a ter uma responsabilidade um pelo outro e aprende a viver a dois. Sim, o casamento pode gerar problemas, mas para isso não acontecer precisamos de um diálogo. Viver um com o outro sem casar tem muita contenda”, ressaltou o morador de Cachoeira.
“Acho o casamento civil importante. É muito importante porque é organizado. Acho que não depende da pessoa, mas da convivência do casal. Possibilitaria de uma certa forma, vai dar pessoa às vezes você faz isso, mas não adianta”, afirma o microempreendedor Ednael Marinho, 20 anos.

A psicóloga Juliana Santos afirma que as pessoas acreditam erroneamente que o que sustenta um casamento é o afeto, o amor. Mas na concepção dela o que sustenta é o respeito. Existe um tripé onde há: os objetivos, afetividade e o respeito.

Há exigência de viver uma individualidade e a dificuldade de planejamento de objetivos compartilhados. A psicóloga Juliana Santos acredita que há uma facilidade de vivência sem precisar do casamento, por exemplo, a sexualidade. Nos tempos antigos era necessário haver uma união civil para realizar o ato, que hoje é comum o sexo sem casamento, os pais acolhem. A união estável também é um fator facilitador para a queda no casamento civil desses jovens, pois é uma forma mais fácil e menos burocrática de partilhar uma vida juntos.
As questões financeiras também interferem e impactam na vida a dois. A economista Sielia Brito, professora e doutora em Administração pela Universidade Federal da Bahia, recomenda que os cônjuges façam uma organização financeira prévia.

Como vão ser partilhadas as dívidas. As individuais e coletivas. Uma vez desorganizada, o casal precisa dialogar e acertar este ponto da organização financeira. E, quando há filhos na relação, é diferente. É uma questão de maior abrangência. Fluxo de estoque, alimentação, material de limpeza, custos escolares. Então todas essas questões precisam ser planejadas pelo casal para evitar problemas futuros.