Thamires Almeida
Com recursos cada vez mais avançados, como internet 4g, acesso a redes sociais, diversos tipos de aplicativos, jogos, etc, os celulares atraem a atenção dos alunos em sala de aula tirando o foco do aprendizado. Estados como o Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo dispõe de leis que proíbem o uso do celular em escolas da rede estadual. Entretanto, há a possibilidade desses aparelhos ajudarem no ensino se a escola e os professores se adequarem às novas tecnologias, fazendo com que estas sejam suas aliadas. Essa adaptação pode ocorrer com o desenvolvimento de aplicativos de interação com o professor, por exemplo, ou mesmo o envio de mensagens com dúvidas do aluno que for tímido para perguntar em sala.

O professor de educação física, Murilo Pinto Santos, relata que com a chegada de redes sociais como o WhatsApp e Facebook as relações humanas têm se reduzido. Alunos que por timidez ou outros motivos, se recusam a falar em sala, encontram conforto justamente nas redes sociais. “A minha postura enquanto educador no momento em que eles estão utilizando o celular é justamente a permissão, não coagir nem inibir o uso, agora quando essa prática interfere o mecanismo das aulas, eu solicito que o estudante vá para fora e depois retorne, porque às vezes a dinâmica da aula é prejudicada por essas ações”, diz Murilo.
Deibith Brito da Silva, professor de história, tem uma metodologia diferente, quando os alunos são mais novos – do 6º ao 9º ano – ele pede pra guardarem o celular, se insistirem em usar, os aparelhos são recolhidos, entregues à coordenação e só os pais podem recuperar. Por serem mais velhos, alunos do ensino médio só recebem advertências. “Atualmente o que prende a atenção dos alunos é o WhatsApp, quem usa esse aplicativo na sala não atrapalha a aula, mas também não absorve nada e os resultados negativos vêm nas avaliações. Todos os alunos que usam com freqüência o celular em sala têm os piores rendimentos nas avaliações”, afirma o professor. Deibith prefere usar um blog para postar slides, vídeos e o conteúdo de cada aula.

O estudante Irlan Pereira diz que já tomou punições quando usou o celular em sala. “Uso na hora do recreio e de vez em quando no horário da aula eu boto o fone e fico ouvindo músicas, mas tem horas em que a professora não gosta”, diz o garoto.
Enquanto essa ferramenta não é utilizada para o “bem” em sala de aula, é preciso a existência de uma conduta escolar que seja cumprida por todos em relação ao seu uso. Regras e normas sobre momentos e locais da escola em que o uso da tecnologia é permitido.
