Quantos caminhos já percorridos? Quantos caminhos existem por percorrer? Caminhos que fazemos cotidianamente, em nossa comunidade. Outras vezes, caminhamos mais distantes por entre a nossa memória e por lugares de memória. 

A exposição coletiva dos alunos concluintes do Curso de Artes Visuais, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, é um convite para um passeio pelos caminhos entre o Recôncavo da Bahia e o Sertão nordestino. Uma delimitação geográfica da memória afetiva, marcada de forma pontual pelos caminhos trilhados por cada um dos expositores. Uma trajetória em imagens individuais que retratam a subjetividade dos lugares e remetem a um sentimento de pertencimento. Cada expositor percorreu por vários caminhos, mas retornou às suas origens, resgatando e/ou trazendo o devido reconhecimento às práticas culturais e sociais de seus lugares.

A subjetividade é abordada através das linguagens artísticas como desenho, fotografia, assemblagem, instalação, vídeo arte e arte-tecnologia. As sensações das imagens criadas nos remetem às recordações e às memórias: as cores e as formas, os sons e os cheiros. As cores das paisagens, dos          objetos e dos sentimentos, os sons da natureza, os zumbido das abelhas e das manifestações místicas religiosas católico-afro-indígenas. Mas, também remetem ao som do silêncio do abandono das ruínas de um patrimônio arquitetônico. O cheiro da água da chuva quando molha o sertão, o cheiro e o sabor do mel da abelha e do cheiro do mangue.

As paisagens representadas nesses caminhos percorridos mostram uma natureza forte e resistente, característica também do povo que aí se vive. Um Recôncavo e um Sertão que se reinventam a todo instante. Mas que ao mesmo tempo resistem, em seus costumes e crenças. Cada obra abre caminhos para uma reflexão sobre aspectos como: o feminino, a preservação dos lugares de memória e das práticas culturais; a resistência e a preservação dos mitos, das crenças e das práticas religiosas e da importância da preservação da natureza.