Fragmentos Visuais: Uma poética do cotidiano - exposição

A linha é o limite. Adestra o olhar, dá o contorno, mostra o pictórico, encarcera o olhar. Esse adestramento provocado pelo sistema nos faz refletir sobre o cotidiano. Passamos os dias, as horas, os minutos a olhar o quê? De que forma vemos? Ou melhor: de que forma nos ensinam a ver?

Somos guiados como cegos funcionais a consumir imagens programadas, pré- estabelecidas. Tateamos entre a realidade dada e a realidade imaginada. Tentamos sorver o sensível a qualquer custo, acumulando referências visuais sem entendê-las.

A mostra “Fragmentos Visuais - Uma poética do cotidiano” é um questionamento parcial do que somos capazes de não perceber em nosso dia a dia. O ato de acordar e relacionar ao todo chamado corpo, o ato de utilizar a internet, mas esquecer o relacionamento real, o ato de lembrar o passado mas não conseguir trazê-lo para o presente, o ato de compreender o que encarcera, mas não consegue se libertar.

Do pictórico ao abstrato, a partir de técnicas diversas como bordado, assemblagem, performance, videoarte, fotografia, e objetos escultóricos, surgem as imagens do cotidiano do Recôncavo da Bahia que inspiraram oito artistas. Oito obras que desencadeiam um pensar em rede, complexo, guiado pela linha.

Caberá ao fruidor desvendar estes fragmentos visuais, compreender o que o sistema não diz, não mostra. Refletir sobre um cotidiano inventado a partir do real, da memória, da percepção sobre o outro.

Realização: Concluintes do Bacharelado de Artes Visuais turma 2017.2, Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL), PROEXT e UFRB.