Cine Dança no Festival Movimenta

O espaço do Cine Dança traz a linguagem audiovisual para programação do Festival Movimenta, possibilitando ao público participante o acesso a obra artísticas de pouca circulação comercial.

Durante os dias 07, 08 e 09.05, acontecerão exibições abertas que serão intervenções em espaços públicos de Cachoeira e São Félix junto apresentações de outras linguagens artísticas.

Com vídeos cuja premissa sejam o diálogo entre o vídeo e a dança, a curadoria se preocupou com a seleção de obras que discutam as diferentes possibilidades de trabalho e formatos de videodanças. O Cine Dança tem curadoria da Profa. Dra. Valécia Ribeiro. Veja abaixo o texto curatorial.

Hoje o Cine Dança acontece às 18h, na orla de São Félix,  e amanhã também às 18h na praça Teixeira de Freitas (em frente ao Cine Teatro).

Mais informações sobre a programação do Cine Dança: http://roszafilmesproducoes.wix.com/movimenta#!cine-danca/c1aw3

O que pode ser videodança?

Cinedança, videodança, screendance ... Quais outros nomes e significações poderia ter essa prática artística que implica o movimento do corpo, o deslocamento da imagem, a duração, o ritmo, a conexão com a música, o confronto com a câmera e a experimentação do espaço dentro e fora da tela. Face à transdisciplinaridade na arte contemporânea e à convergência da mídias no digital, não faz mais sentido a pergunta: “O que é videodança?”. A questão agora é entender como as relações entre o vídeo e a dança podem nos ajudar na compreensão da complexa realidade entre o corpo e suas imagens. Realidade que vivenciamos hoje por meio das novas tecnologias que modificam nossa forma de ver e perceber o mundo. Nem vídeo, nem dança. Não se trata de tornar o movimento visível na imagem, mas de entender o que movimenta um corpo, os desejos que nos colocam em um perpétuo movimento: uma performance diária. Na diversidade das abordagens, técnicas e recursos de criação dos trabalhos artísticos aqui propostos, a tela como espaço sensível mostra as perspectivas e sentimentos do indivíduo na coletividade, nas relações que se transformam a todo momento nos gestos cotidianos, nas divergências, nas memórias e nas emoções, reivindicando um olhar poético para o mundo e para si mesmo. Um olhar crítico que se constitui na própria liberdade de expressão, no movimento como ação. Ao entender que o movimento implica sobretudo uma ruptura na realidade, poderemos então refletir sobre o que pode ser videodança.

Valécia Ribeiro

Curadoria