Mesas Redondas (versão completa)

MESA REDONDA 1
Onde estamos nos Estudos Inquisitoriais? Balanços e perspectivas

A historiografia sobre a Inquisição em Portugal no século XXI: realizações e desafios Ana Margarida Santos Pereira (Universidade Federal de Alagoas)

Balance historiográfico   sobre las Inquisiciones al sur del virreinato del Perú y en el Río de la Plata Jaqueline Vassallo (Universidad Nacional de Córdoba)

Los estudios inquisitoriales en España: pasado y presente Juan Ignacio Pulido Serrano (Universidad de Alcalá)

Historiografia da Inquisição (Brasil, séculos XX e XXI) Lina Gorenstein (Centro de Estudos Inquisitoriais Anita Novinsky)

 

MESA REDONDA 2
O Santo Ofício português: da legislação à prática. Uma estratégia eficaz?

Coordenadora: Elvira Cunha de Azevedo Mea (Universidade do Porto)
O tribunal do Santo Ofício desde a Bula “Cum ad nihil magis”, onde se definem certas regras, apresenta uma nova dinâmica com o Infante D. Henrique, Inquisidor Mor a partir de 1539, o qual cria, em 1541, tribunais locais noPorto, Coimbra, Lamego e Tomar, pelo que se acentua então a necessidade de existência duma atuação objetiva, segundo critérios uniformes.
Dada a conjuntura em que surgiu a Inquisição portuguesa e a situação do antecedente, tribunal espanhol, na dita bula cerceava-se bastante o poder inquisitorial, estipulando que se processaria segundo o direito comum, o que significava que as denúncias náo eram secretas, havia um Conselho de apelação, interditando-se o confisco de bens durante dez anos.
Os Regimentos, a começar pelo de 1541, ainda inserido no “Corpus juris canonici” foram criando toda uma legislação de acordo com as situações epocais, de modo a “compellere ad entrare” aos que se tinham transviado do caminho certo.
Na prática, durante três séculos, conforme as conjunturas, a prática utilizada pelos tribunais caracterizou-se por uma maior ou menor conformidade com a legislação vigente, detetando-se desvios e ilegalidades que, quando descobertos trouxeram conflitos e prejuízos ao Santo Ofício. Dos encobertos ao Conselho Geral apurámos alguns.
Assim, a perspetiva desta mesa permite-nos aquilatar de atuações diversas em tempos diferentes nos vários tribunais, mais uma problemática para a questão dos cristãos novos considerados judaizantes.

A prática inquisitorial nos séculos XVI- XVII
Elvira Cunha de Azevedo Mea (Universidade do Porto)
Como sublimou o Prof, Révah, “dans toute l’histoire des Inquisitions, il faut distinguer entre les réglements écrits et leur application” (“Les marranes portuguais et Línquisition au XVI siècle”. In: Études Portuguaises, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro Cultural Português, Paris, 1975, p. 136).
Assim se fez, verificando-se que durante estes séculos o Santo Ofício consolidou a sua estrutura com vários Regimentos e uma centralização com o Conselho Geral, motor da unificação de critérios, aferidor de sentenças, responsável pela independência da instituição, dotando-a de meios próprios.
As duas fases deste período, antes e depois do Perdão Geral de 1605, demonstram cabalmente a crescente distância entre a legislação e a prática, que vai resvalando, para, por seu turno, avançar com leis que permitissem práticas cada vez mais persecutórias.

As luzes e as trevas – A legislação e a sua prática no século XVIII na Inquisição Portuguesa
Florbela Veiga Frade (Centro de História da FLUL / CHAM)
Ao longo dos séculos a inquisição portuguesa foi exarando regulamentos e estatutos cujo objectivo era estabelecer uma sociedade que se pretendia com características étnico-religiosas específicas. Esta visão quase maniqueísta da composição do tecido social teve como consequência o vedar aos cristãos-novos e judeus os melhores lugares da sociedade, muralhando, desse modo, a sua ascensão e integração na sociedade. Neste sentido, e apesar de se identificarem mais duma centena de crimes sobre os quais a Inquisição poderia actuar, a esmagadora maioria dos processados pertencia a um grupo identificado como de cristãos-novos judaizantes.
O Século das Luzes caracterizado pela emergência de novos valores, nomeadamente o da tolerância religiosa, veio alterar também a forma de actuar da inquisição portuguesa. O marquês de Pombal obrou para que o Santo Ofício, tal como os outros tribunais, passasse a submeter-se ao poder político e, desse modo, a capacidade de intervenção duma das maiores máquinas de repressão até então existente foi direccionada não só para a regulação religiosa e a repressão dos desvios da ortodoxia, mas também para regular todas as novas ideias que pudessem pôr em causa o statu quo.
O presente estudo pretende verificar o real impacto das Luzes nos processos antes e depois Regulamento de 1774 através do estudo de casos considerados de alguma forma exemplares quer pelas pessoas envolvidas quer pelo seu impacto e importância na sociedade.

As leis do arbítrio no contexto do processo inquisitorial
Lúcia Alexandra da Silveira Coelho Ferreira (Universidade do Porto)
A presente comunicação pretende fazer uma reflexão sobre a legislação que servia de suporte à atuação do Tribunal do Santo Ofício, especificamente a direcionada para a instauração e desenrolar dos processos inquisitoriais. A possibilidade de soluções diferentes para situações idênticas previstas em quaisquer normas dificulta a tarefa de quem julga. Neste caso, às divergências doutrinais junta-se inevitavelmente a subjetividade com que se aborda a lei, potenciada por estarmos a falar de um Tribunal de Fé que, mais do que julgar atos, julga intenções, e muitas vezes apenas demonstrações de intenções. Neste contexto centraremos a nossa atenção na arbitrariedade de alguma dessa legislação.

MESA REDONDA 3
La Inquisición vista desde abajo
Coordinador: William Childers (Brooklyn College – Estados Unidos)
Debido a la acogida que ha tenido nuestro trabajo anterior recogido con el título La Inquisición vista desde abajo (2021), nos hemos propuesto ahora continuar desarrollando las ideas principales contenidas en este libro. Para Jean-Pierre Dedieu, uno de los más destacados estudiosos sobre los temas inquisitoriales, esta obra está fuera de lo común y “ha marcado un hito en la historiografía inquisitorial” (Revista de la Inquisición. Intolerancia y Derechos Humanos, vol. 26, p. 400). Entendemos que tal aseveración se refiere al nuevo enfoque presentado en esta investigación y, sobre todo, a la propuesta novedosa que se hace al abordar el fenómeno inquisitorial con fuentes documentales poco utilizadas hasta la fecha, como son las informaciones recogidas en los libros de testificaciones para el ámbito español y en los libros del promotor [fiscal] para el portugués. Con estos materiales, se indaga en la presencia de la Inquisición en la sociedad, centrando el estudio en su acción previa a la actividad procesal, siendo esta última la que ha protagonizado la historiografía en este campo de estudios. Más concretamente, en nuestro intento se plantea la relación que la Inquisición estableció con su entorno inmediato, por lo que nos interesa especialmente conocer las diversas formas en las que los individuos, sin pertenecer formalmente a la misma, se relacionaron con la institución. Así, con este nuevo proyecto que discutiremos en esta mesa redonda, explicaremos los aspectos principales de nuestro propósito y responderemos a algunas de las cuestiones que se alumbraron en el trabajo anterior.

Momentos y significados de la fase previa al proceso inquisitorial
Juan Ignacio Pulido Serrano (Universidad de Alcalá)
Fueron las denuncias de particulares las que con mayor frecuencia dieron ocasión al inicio de los procesos inquisitoriales por causas de fe contra los reos acusados del delito de herejía. No obstante, antes de iniciarse un proceso de fe, existía un momento previo hasta que la delación llegaba a la sede del tribunal y este se incoaba, fase preliminar que ha dejado en algunas ocasiones un rastro documental que se presta al análisis.
Con este trabajo se pretenden examinar tales momentos precedentes a la fase procesal para comprobar qué información pueden arrojar sobre la manera en la que las gentes que buscaron colaborar con la Inquisición se relacionaron con ella y, a la vez, cuál fue la respuesta dada por la institución a tal demanda. Sabemos que las actuaciones preliminares al auto en el que los inquisidores decidían iniciar un proceso de fe, o acaso no hacerlo, fueron diversas y que estuvieron sujetas a distintas circunstancias. En esta investigación, nuestro objetivo ha sido detectar estas variantes y analizarlas para encontrar su significación en campos específicos de la historia social, cultural y religiosa.

Sálvese quien pueda. Testificaciones inducidas contra los moriscos a finales del XVI
Mohamed Saadan Saadan (Universidad Mohammed V)
Si bien las denuncias y delaciones ante el Santo Oficio se regían por una especie de apriorismo institucionalizado a través de los anatemas y edictos de fe, no pocas veces el apriorismo se hacía inducción interesada en las esferas de la cotidianidad, aunaba a elementos del pueblo y funcionarios en tramas con tintes de clientelismo y se convertía en una manipulación elaborada ad hoc y con fines premeditados: eliminar al adversario–al menos temporalmente y hasta que la institución resuelva en el asunto–, sumiendo su existencia en un largo proceso. Dicho adversario lo era por algún botín preciado que llamaba la atención de los vecinos (su propia esposa, por ejemplo), por su testarudez en aferrarse a dicho botín en vez de dejarlo a los demás o simplemente por desavenencias ideológicas dentro de la propia familia.
Nuestra contribución a este trabajo colectivo consiste en el análisis de unas muestras de testificaciones manipuladas desde abajo y dirigidas a la institución inquisitorial para involucrar a moriscos en delitos de fe carentes de pruebas propiamente dichas. En tales testificaciones, la intervención de algunos funcionarios eclesiásticos y clientes de la Iglesia, incluso desde dentro de la propia familia morisca, no solo es primordial, sino necesaria para el inicio de la acción persecutoria.

El Promotor del Santo Oficio a través de sus Cuadernos: actuación y competencias en la burocracia inquisitorial
Marco Antônio Nunes da Silva (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
Dentro de la jerarquía de los agentes inquisitoriales, el Promotor era lo que podríamos llamar el fiscal, y sus funciones están muy bien definidas en los Regimientos de la Inquisición portuguesa. El aparato inquisitorial contaba con un Promotor en cada tribunal.
Una de sus tareas consistía en procesar a los presos negativos y confidentes considerados menores; recoger quejas e indagaciones en las distintas tierras para organizar el respectivo procesamiento y procedimiento judicial. Son precisamente estas denuncias e indagaciones las que conforman la rica documentación que conocemos como los cadernos del Promotor.
Por tanto, podemos entender las acusaciones registradas en los cadernos del Promotor como una forma de percibir cómo funcionaba y cómo actuaba la maquinaria inquisitorial, así como la adhesión de la sociedad de la época al discurso del Tribunal.

MESA REDONDA 4
Familia y vida cotidiana de las judeo-conversas: los lazos de parentesco y el papel de las mujeres como cimiento de continuidad social y religiosa
Coordinadora: Silvia Hamui Sutton (Universidad Nacional Autónoma de México – Universidad Iberoamericana)
Durante la Inquisición española la estructura familiar entre los judeo-conversos adquirió un desfasamiento con respecto a la ortodoxia, pues eran las mujeres las responsables de la trascendencia espiritual y la cohesión social de su colectividad. La prohibición de profesar la Ley mosaica, tanto en la Península como en sus colonias, las orientó a practicar su religión en la clandestinidad: aparentando ser cristianas a la luz pública, pero desempeñando sus rituales en la intimidad de su hogar. En la medida en que la observancia se tornó doméstica, fueron ellas quienes, con fervor y devoción, interpretaban las creencias a su entender, pues, a falta de referentes sagrados directos (rabinos, Torá, sinagogas, etc.), no tenían certezas de los procesos litúrgicos oficiales. Lo cierto fue que, entre el recuerdo, las noticias de otros correligionarios y, sobre todo, de la fe mesiánica fomentaron los valores judíos, la educación de los hijos, las redes de parentesco, las jerarquías de clase y los comportamientos duales en relación a la sociedad mayoritaria. Así, se percibe una inversión de género derivado de la censura, por lo que ellas adquirían, en ese contexto, cierto poder y presencia comunitaria que se transmitía de madres a hijas.
De esta manera, las investigaciones que se presentarán en esta mesa indagarán en aspectos relacionados con la importancia de algunas “cristianas nuevas” en su afán por transmitir su herencia milenaria mosaica y promover los valores identitarios y de pertenencia. Al respecto, se tratarán temáticas como el proselitismo de la “dogmatista” Justa Mendez, que inducía a los recién llegados a las costas novohispanas para que retomaran la Ley de Moisés; asimismo, se hablará sobre las judeo-conversas, en contextos de represión,  que retornaron al judaísmo “público” al desplazarse a Venecia, Amsterdam y otras comunidades abiertas que les permitían profesar libremente sus creencias; por otro lado, se explorarán contenidos de herencias, endogamia consanguínea y transmisión de valores judíos donde las mujeres eran las protagonistas; y por último, se expondrá sobre las lecturas y oraciones clandestinas de las criptojudías en la Nueva España. Así, las ponencias darán presencia a las mujeres cuya misión fue, paradójicamente, mantener viva la fe mosaica en un ámbito de represión y violencia, como justificación de su sufrimiento.

El proselitismo y la educación en la conformación de la identidad prohibida: las mujeres judaizantes en la Nueva España del siglo XVII
Silvia Hamui Sutton (Universidad Nacional Autónoma de México, Universidad Iberoamericana)
El objetivo de este trabajo es mostrar cómo el proselitismo y la educación fue una manera de pertenencia e identidad entre la colectividad judeoconversa novohispana. No obstante, es una práctica prohibida en el judaísmo, la necesidad de reafirmar lo “propio” frente a lo “ajeno” implicó ciertas transgresiones a la Ley de Moisés para poder continuar con sus tradiciones y creencias. Algunos testimonios, obtenidos del Archivo General de la Nación, dan muestra de la censura y del cuidado de algunas mujeres del siglo XVII, que fungían como guías espirituales, para mantener viva la fe mosaica y hacerla trascender. De esta manera, la intención es mostrar cómo se fue conformando, en la misma enseñanza clandestina, una mentalidad criptojudía que adecuaba los rituales judíos a las condiciones del contexto. El conocimiento que adquirían los niños y jóvenes de la ley mosaica representaba un rasgo de identidad que los responsabilizaba para asumir el secreto, al mismo tiempo que adquirían la noción del “nosotros” frente a los “otros”.

Entre lecturas y oraciones. Religiosidades de las cristianas-nuevas portuguesas en México (siglos XVI-XVII)
Susana Bastos Mateus (Cátedra de Estudos Sefarditas Alberto Benveniste / Universidade de Lisboa)
El análisis de los expedientes inquisitoriales instituidos por la Inquisición de México contra las cristianas-nuevas portuguesas acusadas de judaísmo permite identificar algunas prácticas cotidianas compartidas en los espacios domésticos. Considerando que los interiores de los hogares eran espacios de agencia femenina, intentaremos analizar los hábitos de lectura, ya fueran individuales o colectivos. A través de una lectura minuciosa de los expedientes inquisitoriales disponibles, buscaremos también reconstruir los principales elementos performativos de estas lecturas, así como los elementos textuales de las principales oraciones que se rezaban y compartían entre estas mujeres. El análisis de estos textos, sus fuentes e influencias, permite también detectar algunas de las múltiples conexiones que, en el mundo colonial, unieron los diversos caminos de las diásporas globales de los cristianos-nuevos portugueses.

El peso de las dotes. Las mujeres, piezas clave en el proceso de asimilación social de los judeoconversos españoles (SS. XV-XVII)
Enrique Soria Mesa (Catedrático de Historia Moderna, Director del Departamento de Historia, Director del Laboratorio de Estudios Judeoconversos, Universidad de Córdoba)
Desde los primeros momentos que siguieron a la conversión forzada de 1391 y sus correlatos de las décadas iniciales del siglo XV, los más ricos y poderosos linajes de neófitos comenzaron a mezclarse con la sociedad dominante, en especial con sus clases dirigentes. La razón básica de este proceso se adivina en la existencia de fuertes intereses económicos entre el patriciado urbano e incluso la nobleza, atraídas a este mercado matrimonial por la perspectiva de grandes dotes y expectativas hereditarias. Más adelante, en los tiempos de la limpieza de sangre, el proceso se mantuvo, aunque de forma mucho más subrepticia, debido a la necesidad de ocultar a toda costa este tipo de enlaces. Incluso la propia Inquisición se caracterizó por la existencia de multitud de familiares desposados con jóvenes de origen hebraico, a pesar de todas las prohibiciones existentes.  esta intervención, se analizará el papel de las mujeres en estas estrategias colectivas, partícipes esenciales para comprender un fenómeno tan relevante como todavía insuficientemente conocido. El de la asimilación definitiva de los judeoconversos en la sociedad española del Antiguo Régimen.

En nombre de A. Señor de los eigersitos en quien firmemente Creo”: Testamentos de conversas, judaizantes y judías de origen ibérico
Ignacio Javier Chuecas Saldías (Director Programa Doctorado Interdisciplinario en Humanidades, Profesor Titular Facultad de Humanidades y Comunicaciones/Investigador CIDOC, Universidad Finis Terrae)
La presente ponencia busca hacer una contribución al análisis de las autorrepresentaciones de figuras femeninas identificables como conversas, judaizantes o judías durante la modernidad temprana (en particular el siglo XVII). Por una parte, se intenta llamar la atención, en base al recurso metodológico ligado a fuentes de la fe pública, a la necesidad de afinar nuestra percepción en relación a las categorías de acercamiento a identidades religiosas complejas. Por otra parte, se presta atención al discurso, y la construcción narrativa que este tipo de documento desarrolla, en aras de comunicar a la audiencia, real o potencial, una imagen femenina acorde a un canon de expectativas sociales y culturales. Este ejercicio, parece de vital importancia para iluminar un fenómeno sin duda de difícil interpretación, el cual ha sido abordado preferentemente por la investigación especializada a partir de materiales procedentes de los repertorios generados por los tribunales del Santo Oficio en las diversas jurisdicciones donde se encontraba presente. Al mismo tiempo, se lleva a cabo un ejercicio comparativo en base a testamentos otorgados tanto por conversas residentes en espacios controlados por las monarquías ibéricas, como por actrices residentes en comunidades sefardíes occidentales, que han transitado desde el aparente cristianismo al judaísmo.

MESA REDONDA 5
El Inquisidor General y los Consejos de Gobierno: la Suprema en la Inquisición española y el Consejo General en la portuguesa
Coordinador: Eduardo Galván Rodríguez (Universidad de Las Palmas de Gran Canaria)

El Consejo de la Suprema: principio y final
José Antonio Escudero (Instituto de Historia de la Intolerancia. Real Academia de Jurisprudencia y Legislación de España)
El Consejo de la Suprema, presidido por el Inquisidor General, es el supremo órgano de gobierno de la Inquisición española. En cuanto a su naturaleza jurídica, la Suprema es preferentemente un organismo secular, instituido por el rey, y que forma parte de la red de Consejos con los que se gobierna la monarquía. Como no conocemos el documento fundacional de la Suprema, su antigüedad ha sido fijada por los autores, bien en base a la misma fecha (1483) en que su presidente Torquemada fue nombrado Inquisidor General, o bien en función de cuándo aparece por primera vez ese Consejo de la Inquisición como tal en los documentos de la época. Así los autores clásicos (el cronista Zurita; el historiador inquisitorial Páramo), y después de ellos otros muchos, ratificaron esa fecha, creyendo ver, a propósito de una reunión de inquisidores en 1483, en la que es mencionado el Consejo, que ese Consejo era el de la Inquisición. Más recientemente Escudero ha recordado que siempre que en los documentos es mencionado el Consejo, sin más especificaciones, se trata del Consejo Real o de Castilla, no siendo válida así esa fecha de 1483 para datar la Suprema, añadiendo que el primer documento donde se la cita expresamente es de 1488, por lo que habría que retrasar cinco años la fecha de su nacimiento. En cuanto a la supresión del organismo procede recordar que la Inquisición fue suprimida por las Cortes de Cádiz en 1813, pero restablecida por la reacción absolutista de 1814 con un decreto que ordena “continúen por ahora el Consejo de la Inquisición y los demás tribunales del Santo Oficio”. Suprimida de nuevo la Inquisición en 1820 con la llegada del Trienio Liberal, quedó implícitamente restablecida en 1823 por otra reacción absolutista que anuló la legislación liberal, pero no hubo un restablecimiento explícito ni de la Inquisición ni del Consejo. Finalmente, en 1834 un decreto de 15 de julio suprimió definitivamente la Inquisición, y con ella naturalmente el Consejo, dictando una serie de disposiciones sobre el destino del personal y de los bienes del Santo Oficio.

La Inquisición en Francia: Inquisidores y órganos de Gobierno
Miguel Ángel Chamocho Cantudo (Universidad de Jaén)
De la misma manera que la Inquisición española y portuguesa emparentan en cuanto a la organización inquisitorial, en un inquisidor general y en órganos colegiados de gobierno, los Consejos, quizá con más competencias la portuguesa que la Suprema española, en el caso particular de la Inquisición francesa tienen un mayor peso específico los inquisidores, cuyo estatuto jurídico analizaremos en esta ponencia, si bien fueron de una mayor dependencia de la estructura eclesiástica, la llamada inquisición monástica, con el establecimiento de las llamadas comisiones especiales, que conformaron las bases de la justicia inquisitorial francesa.

El Consejo General del Santo Oficio portugués y el sistema de comunicación y despacho con la Corona: el papel de los secretarios
Ana Isabel López-Salazar Codes (Universidad Complutense de Madrid)
El objetivo de la presente comunicación es analizar el sistema de comunicación del Consejo General del Santo Oficio portugués con la Corona desde el momento en el que este organismo rector del Santo Oficio fue reorganizado, en 1569, hasta la extinción del tribunal en 1821. Se trata de un aspecto muy relevante que no fue regulado en el regimento (instrucción) del Consejo General aprobado en 1570. En ese momento, el inquisidor general era el cardenal D. Henrique, tío del rey D. Sebastião, regente él mismo durante parte de la minoría de edad de su sobrino y futuro monarca entre 1578 y 1580. Por lo tanto, el sistema de comunicación fue algo que se definió con posterioridad a la muerte del cardenal inquisidor general en 1580. En este sentido, resulta fundamental la aparición de los secretarios de Estado-secretarios de la Inquisición durante el período de los Habsburgo (1580-1640). En nuestra intervención analizaremos la evolución de dicha figura desde ese momento hasta que la Inquisición fue abolida como consecuencia de la Revolución Liberal.

¿Quién manda en la Inquisición española?
Eduardo Galván Rodríguez (Universidad de Las Palmas de Gran Canaria)
Esta aportación pretende aportar herramientas que permitan analizar quién gobierna (materialmente) la Inquisición española y durante qué períodos.

El gobierno de la Inquisición en Sicilia
Andrea Romano (Università degli Studi di Messina – Italia)
El gobierno de la Inquisición española era un fenómeno complejo que debía lidiar con las diferentes realidades jurídico-políticas con las que entraba en contacto. Son conocidas las dificultades iniciales del establecimiento de la Inquisición moderna en el reino de Aragón. Asimismo, lo es la doble distinción de dos secretarías diferenciadas en el mismo corazón del Santo Oficio, en el Consejo de la Suprema, que operaba con una secretaría para Aragón y otra para Castilla. Pero si hubo un tribunal que generó auténticos quebraderos de cabeza para las autoridades centrales del Santo Oficio hispano, ese fue el Tribunal de Sicilia. Desde su mismo establecimiento en choque con la autoridad pontificia, hasta el rechazo de buena parte de la población y las autoridades regnícolas, la problemática de su sede, la difícil cobertura de sus cargos de modo estable y un completo y complejo rosario de dificultades que, sin duda, hacen del tribunal siciliano una “Inquisición peculiar”. Hoy, parte de sus instalaciones forman parte del Rectorado de la Università degli Studi di Palermo, y sus antiguas celdas son visitadas cada año por miles de turistas e interesados. A sus hitos principales dedicaremos nuestra intervención.

MESA REDONDA 6
Inquisición y redes en el mundo ibérico de la Edad Moderna
Coordinadora: Doris Moreno Universidad Autónoma de Barcelona

Redes sin fronteras. Las familias de mercaderes españoles en Flandes ante la rebelión y el conflicto religioso
Raymond Fagel (Universidad de Leiden)
Las familias de mercaderes españoles en Flandes constituyen un interesante núcleo específico dentro de la sociedad flamenca de la época moderna. Una parte de sus miembros sigue comerciando con España y otros territorios, mientras que otros se integran en la sociedad de acogida, se casan con habitantes de los Países Bajos, y ocupan cargos dentro del gobierno, tanto local, provincial, como central.
La Reforma, los subsiguientes conflictos políticos y religiosos, y la Revuelta en Flandes a partir de 1566, crean divisiones y rupturas entre estos grupos de españoles, incluso dentro de las mismas familias. Algunos se deciden por el luteranismo o el calvinismo, mientras que otras personas se relacionan claramente con la ortodoxia católica o se encuentran dentro de un corriente más bien definido como humanista. Dentro de estas familias encontramos a alcaldes y escabinos, consejeros y secretarios reales, miembros del tribunal de los tumultos (consejo de sangre) y de la comunidad calvinista, militares y funcionarios de la burocracia militar. Son perseguidos y perseguidores, son leales al rey y rebeldes. Algunos se sienten todavía españoles, aunque nacieron en Flandes de madre flamenco, y otros se consideran sobre todo flamencos, aunque sus apellidos son claramente españoles.
En esta breve contribución me gustaría poner las vidas de los españoles protestantes y/o rebeldes en los Países Bajos dentro del conjunto de las redes familiares y personales de la colonia española de Flandes. No se trata de grupos separados, son redes de contacto sin fronteras.

Las redes del protestantismo castellano y don Carlos de Sesso
Doris Moreno (Universidad Autónoma de Barcelona)
Don Carlos de Sesso ha sido considerado el introductor del protestantismo en Castilla. Para valorar con mayor profundidad su influencia y las estrategias de difusión que utilizó, nos proponemos contextualizar su vida a través del análisis de la red de relaciones que estableció en España, atendiendo no sólo a las afinidades religiosas sino también de linaje, familia y servicio, y a los diversos lugares donde residió, Logroño y Valladolid. Este análisis nos permitirá, aunque sea de forma indiciaria, atisbar interacciones nacionales e internacionales, hasta ahora desconocidas, que pueden abrir nuevos caminos a la investigación del protestantismo en la España del Quinientos.

Las redes de librería y la vigilancia inquisitorial del libro en puertos, aduanas y navíos
Pedro Rueda Ramírez (Universidad de Barcelona)
La doble red de agentes inquisitoriales y gentes del libro jugaron un complejo rol en sus interacciones. La red de libreros buscó la colaboración en algunos casos, jugó la baza de la negociación en todo momento y se encargó de articular las estrategias de la ocultación de los impresos prohibidos o clandestinos. En el otro bando la red inquisitorial vigilaba discretamente e intervenía en las tramas de circulación del libro a través de acciones puntuales (visitas de librería, secuestros de libros) o en el día a día construyendo un procedimiento de control (visita de navíos, revisión de listas, etc.). En estos enredos jugaba un papel clave el libro en circulación y el conjunto de agentes contratados por los mercaderes de libros que estaban en primera línea de aduanas, puertos y almacenes, negociando el pase de cajones a través de puertas de entrada a las ciudades y puertos de llegada y salida de mercancías. Al centrar el análisis en estas interacciones se entiende mejor ciertos cortocircuitos y las dificultades de circulación de algunos textos. Las grandes líneas de censura trazadas en los índices y edictos dan una idea distinta de lo que revela el día a día del negocio del libro. En esta cotidianidad de las redes se debían sortear las dificultades con los agentes inquisitoriales, las diferencias de criterio de unos distritos a otros y las propias complejidades de las redes de libreros que podían incluso denunciar a colegas para reducir la competencia.

Los hermanos Covarrubias Portatiu: biografías cruzadas en España y América
Gabriel Torres Puga (Centro de Estudios Históricos, Colegio de México)
Es bien conocida la riqueza potencial de las fuentes inquisitoriales para rescatar trayectorias y momentos de vida. Al mismo tiempo conocemos los límites y riesgos de las contradicciones y subjetividad de las causas, así como de la necesidad de buscar fuentes adicionales. El proceso de fe contra Gerónimo Covarrubias Portatiu, un bernés residente en México, además de voluminoso, contiene un cuerpo de cartas familiares que me permite no solo aproximarme a una historia individual, sino también a la de sus hermanos, principalmente a la de Josef, conocido abogado, autor y traductor en Madrid. En esta ponencia presento una síntesis de los resultados de una larga investigación sobre la vida de estos dos hermanos en el último cuarto del siglo XVIII: una época de reformas y crisis en España y América.

MESA REDONDA 7
Inquisición y territorios: las comisarias en la América española
Coordinadora: Macarena Cordero Fernández (Universidad de los Andes, Chile)
A base del desafío metodológico que implica el análisis de las comisarías del Santo Oficio en el Nuevo Mundo, dada la dispersión y destrucción de registros que dan cuenta de los distintos aspectos en los que afectó la institucionalidad inquisitorial en la vida de las personas, como en la carrera eclesiástica de muchos de sus miembros, la mesa tiene por propósito analizar y reflexionar la manera en que se organizaron las comisarías de la Inquisición en las diversas villas y ciudades del Nuevo Mundo, con énfasis en los conflictos de jurisdicción y competencia entre las autoridades eclesiásticas y, los abusos cometidos a base de ello. A su vez, ello permitirá establecer la ampliación y disminución del control inquisitorial en las ciudades y villas que no fueron asiento del Tribunal del Santo Oficio americano, indagando en sus motivos y estrategias.

Fragmentos dispersos: los archivos de la Inquisición española en América y la escritura de la Historia. Abordajes, alcances y desafíos
Federico Sartori (Universidad Nacional de Córdoba)
La Inquisición española fue heredera directa de la burocracia castellana y aragonesa tardo-medieval, así como de la larga trayectoria administrativa de la Iglesia de Occidente. En tanto parte de la estructura burocrática de la Corona Española, sumando la pertenencia a la Iglesia de la mayoría de sus miembros, la justicia inquisitorial se nutrió de ambos espacios, y produjo una inmensa masa documental, ordenada con específicos principios archivísticos con carácter judicial, bajo una estricta protección de sus fondos documentales. “Archivos de represión”, como los llamó Carlo Ginzburg.
Los expedientes de la instancia judicial, denominada por la jurisprudencia del Santo Oficio como “causas de fe”, así como las de orden criminal, los informes, cedularios, la correspondencia oficial de los Inquisidores y de otros funcionarios con las principales instituciones de la Monarquía, así como series diversas sobre la inmensa estructura económica de la institución, identificada como “Hacienda de la Inquisición”, y decenas de otros fondos documentales fueron reservados en los archivos de cada sede tribunalicia, creados a tal fin tanto para la península como para América. Miles de fojas en cientos de series fueron acumulándose en los archivos de cada Tribunal y, naturalmente, de la Suprema. Esta última, en tanto órgano institucional de máxima jurisdicción para la extensísima justicia inquisitorial de todos los dominios del Imperio Español, fue el más voluminoso.
Ciertamente, estos corpus archivísticos tuvieron como principal objetivo servir de instrumentos probatorios y de ejecución de las decisiones del Tribunal, lo que explica el interés puesto en su conservación.  Esta burocratización de la justicia inquisitorial se expandió hasta alcanzar todos los distritos de alcance jurisdiccional de cada Tribunal, reproduciéndose en todos los puertos de mar y en ciudades y villas alejadas de las capitales virreinales, donde funcionarios delegados siguieron las normativas que los obligaba a todo un corpus documental, hecho a base de una siempre copiosa correspondencia, documentos manuscritos e impresos, órdenes, autos, inventarios y declaraciones de reos. Las Instrucciones de 1569, así como también las Cédulas Reales de esta época, pusieron especial énfasis en la obligación de los comisarios de distrito, emulando a las sedes tribunalicias, de conservar toda documentación atinente al Santo Oficio, cuya existencia y preservación habría de permitir un mayor orden en el trabajo de la justicia inquisitorial, además de convertirse en un elemento legitimador del poder.
Sin embargo, la mayor parte del contenido de estos archivos y fondos documentales de todos los tribunales inquisitoriales del Imperio Español ha desaparecido. Por dispersión o destrucción, la pérdida de este inestimable acervo documental de la Edad Moderna abarca, en algunos casos, su totalidad. Según ha apuntado Millar Carvacho, “la pérdida de buena parte de los archivos de los tribunales se explica por la actitud de la población hacia el Santo Oficio, que iba del temor al resentimiento”. Eso produjo que, al abolirse los diferentes Tribunales, la población saqueara sus edificios e incendiara sus archivos, entre cuyos tomos pendían acusaciones y procesos contra muchos de ellos. Por ello, para los estudiosos del pasado inquisitorial la empresa heurística de recopilación de fuentes suele ser una tarea tan ardua como inquietante. De modo que en este trabajo, nos proponemos abordar no solo algunos de estos desafíos sino también el carácter de ciertas herramientas metodológicas para sortearlos, o al menos intentarlo.

La comisaría no es tribunal. Comisarios y jurisdicción inquisitorial en el obispado de La Plata de los Charcas, 1571-1609
Nelson Castro Flores (Centro de Estudios Históricos, Universidad Bernardo O’Higgins)
A inicios de la década de 1570, se configuró la jurisdicción inquisitorial en Charcas con el nombramiento del primer comisario provincial. A este le sucedió el nombramiento de comisarios en las ciudades de La Plata, Potosí, Cochabamba y La Paz. Estas comisarías se superpusieron a la jurisdicción de la diócesis de La Plata, además abrieron dinámicas que no suelen ser atendidas por cuanto la historiografía se ha concentrado, en mayor o menor medida, en los ámbitos jurisdiccionales de la Real Audiencia, los cabildos seculares de La Plata y Potosí, el cabildo eclesiástico y la jurisdicción episcopal.  De ahí que en esta ponencia el objetivo sea continuar el análisis de la configuración inquisitorial en Charcas, considerando la actuación de los comisarios en sus distritos.
A inicios de la década de 1590, el visitador inquisitorial Juan Ruiz de Prado observó que en las comisarías los notarios solían usar la fórmula “vienen a declarar ante este Santo Oficio”, arrogándose facultades que eran propias del inquisidor y del tribunal del Santo Oficio de la Inquisición. El interés del visitador fue no solo restringir estas actuaciones, sino que delimitar las facultades conferidas a los comisarios en tanto subdelegados del tribunal inquisitorial. No obstante, el uso de la fórmula antes referida es bastante indicativo del modo en que proyectaron su actuación los comisarios del Santo Oficio en las jurisdicciones que tenían a su cargo. Además, permite aproximarse a las interrelaciones que mantuvieron estos ministros o delegados de la justicia eclesiástica en áreas distantes de la sede del tribunal inquisitorial. ¿Cómo proyectaron su oficio los ministros y demás auxiliares del Tribunal del Santo Oficio de la Inquisición en los distritos a su cargo? ¿Qué facultades consideraron propias de su oficio? ¿En qué medida estas atribuciones fueron utilizadas para reforzar estrategias de posicionamiento social personal y de su red clientelar?  ¿Cuáles fueron las circunstancias que motivaron las denuncias colectivas en su contra?

Los Comisarios del Santo Oficio limeño
Macarena Cordero Fernández (Universidad de los Andes, Chile)
En 1570 se organizó el Tribunal de Distrito del Santo Oficio de Lima, el que abarcaba un extenso territorio, que iba desde el Atlántico hasta al Pacífico, y de Norte a Sur, comprendía la Capitanía de Quito hasta la ciudad de Castro, por cierto la más austral de la Monarquía Hispana (Chile). Respecto de las demás localidades, las órdenes era la de constituir comisarías de la inquisición en las ciudades cabezas de obispados y puertos de mar, con miras a estrechar los controles sobre la población, nutriendo de causas y procesos a Lima.
Pese a las primeras dificultades que presentaron la organización de las comisarías, lo cierto es que con el correr del tiempo, no solo se constituyeron, además, su número aumentó de forma importante. Ello, probablemente, en atención a la fundación de nuevas ciudades, a la concentración de mayor población en ciertas villas, al aumento del riesgo de ataques de piratas y corsarios protestantes, entre otras.
En dicho proceso, uno de los principales problemas que afrontaron fue la de contar con oficiales aptos para las labores que debían realizar y que cumpliesen, a su vez, con limpieza de sangre. Para los espacios que integraron el distrito limeño, el interés o capacidad para asumir la calidad de oficiales del Santo Oficio, se vio muchas veces entorpecido en ciertos lugares, lo que impactó en la forma de organizar las comisarías, de seguir los procesos y, el control religioso y de los comportamientos de los súbditos.
A lo dicho, agreguemos que hubo un buen número de eclesiástico que se arrogaron atribuciones y competencias de los comisarios sin serlos, o bien estando nombrados para oficial de la institución, se extralimitaron.
La presente comunicación tiene por objeto abordar las disonancias de la Inquisición limeña con la peninsular, lo que conllevó, la gestación de nuevos espacios inquisitoriales con particularidades que la caracterizaron.

De las ciudades, villas y pueblos a los partidos. Las comisarías del Santo Oficio en el distrito inquisitorial de México, 1709-1778
Pedro Miranda Ojeda (Universidad Autónoma de Yucatán)
La política de mayor control y eficiencia administrativa instaurada por los borbones tuvo repercusiones en la red de comisarías establecidas a principios del siglo XVIII. Si bien a finales del siglo XVII el Consejo de Inquisición había ordenado a México controlar la desmesurada formación de comisarías, las nuevas directrices pretendieron impulsarlas con la intención de abarcar la totalidad de geografía inquisitorial. De ahí la importancia de que en 1709 se ordenara una copia de la visita que en 1662 había realizado Pedro de Medina Rico. A pesar de su antigüedad, la aparición de nuevas poblaciones y el incremento de la población no india en los pueblos de indios, constituía el único registro detallado de poblaciones que el visitador había valorado in situ para determinar en qué lugares era necesario establecer comisarías. Ante la ausencia de relaciones de lugares con comisarios se convirtió en una herramienta indispensable hasta la elaboración de las primeras listas que permitirían a los inquisidores tener un mejor conocimiento y control del distrito. Por supuesto, los cambios demográficos y el surgimiento de nuevos pueblos motivaron la reconfiguración de muchas jurisdicciones, introduciendo cambios y divisiones territoriales, que transitaron de las comisarías en ciudades, villas y pueblos a los partidos. La idea consistía en la formación de comisarías que abarcara numerosos villas y pueblos, para expandirse hasta conformar una red de mayor alcance. Asimismo, se implementaron políticas para incorporar a representantes del Santo Oficio donde no los hubiera, los llamados comisionados y curas que también cumplieron con la función sin ser propiamente llamados comisarios. En este mismo sentido, para evitar los largos periodos de ausencia de los comisarios filipinos, debido a la distancia y a la tardanza de las comunicaciones entre México y Filipinas, comenzaron a emitirse títulos de comisarios en primer, segundo y tercer lugar. Las medidas tenían como finalidad establecer el control en toda la geografía distrital, incluyendo los pueblos indios –ahora sujetos a la autoridad inquisitorial– por haber perdido su exclusividad étnica y convertirse en comunidades de población mixta.

MESA REDONDA 8
Sesiones de homenaje – ANITA NOVINSKY
Coordenadora: Lina Gorenstein (Centro de Estudos Inquisitoriais Anita Novinsky)

A Bahia colonial cristã-nova no olhar de Anita Novinsky
Suzana M. S. S. Severs (Universidade do Estado da Bahia)
Que Anita Novinsky foi a pioneira nos estudos sistemáticos sobre os cristãos-novos e a Inquisição na América portuguesa, isso não é novidade. Como também não o é seu recorte espaço-temporal privilegiado para analisar a inserção deste grupo social à sociedade brasileira em formação, claramente, a Bahia durante a primeira metade do século XVII.
Sua tese, defendida em 1970, “Cristãos-novos na Bahia 1624-1654” mostrou que a capital da América portuguesa e seu principal porto possuía uma significativa parcela cristã-nova social e economicamente heterogênea e apresentava uma religiosidade diversa manifestando-se ora como católica sincera, ora criptojudaizante ou agnóstica, ainda descrente ou “má” católica. Comportamentos que, independentemente do nível de ingerência do judaísmo em seu cotidiano, classificavam-na como herege e por isso era punida. A condição psicossocial do cristão-novo distingue o conflito entre dois mundos – o catolicizante e o judaizante. Sem fazer parte inteiramente de nenhum deles, o cristão-novo criou seu próprio universo, no qual se misturam elementos do catolicismo e do judaísmo produzindo o homem dividido — o marrano. Para a Profa. Anita Novinsky os estudos sobre a população cristã-nova na Bahia ainda daria muitos e outros frutos de acordo com as perspectivas e abordagens de pesquisa adotadas. E esse foi o legado que ela me deixou. Assim fui impelida a dar sequência a suas pesquisas sobre a Bahia. Em minhas pós-graduações dediquei-me a investigar a situação desse grupo social durante o século XVIII. Nesta comunicação, para além do resumo de minhas pesquisas de mestrado e doutorado, apresento-lhe o estado da arte.

Anita Novinsky, os cristãos novos brasileiros e a fluctuatio animi 
Eneida Beraldi Ribeiro (Centro Paula Souza – São Paulo)
Anita Novinsky foi inovadora nas pesquisas sobre Inquisição e cristãos novos, mas também se debruçou sobre a filosofia e criou conceitos que diversos historiadores reconhecem e utilizam em seus trabalhos. As reflexões sobre a fluctuatio animi, do filósofo Miguel Abensour, foram o ponto de partida para a análise desenvolvida por Novinsky. Ela as adaptou aos traços dos cristãos novos brasileiros. Para Abensour, há dois conceitos básicos na fluctuatio animi: o de pária, modelo interpretativo do povo judeu, sugerido por Max Weber, e o da fluctuatio animi, proposto por Spinoza.
Anita Novinsky aplicou os dois conceitos aos cristãos novos brasileiros e defendeu que eles possuíam uma ânsia de “pertencer” e assimilar-se, mas não conseguiam uma identificação com a sociedade dominante, vivendo em sofrimento na gangorra de uma fluctuatio animi, pois não sabendo para que lado se voltar, encontravam-se mergulhados numa “confusão mental”. Oscilando entre o desejo de pertencer ao seu povo de origem e de o viver como outsiders, numa sociedade que os excluía, os marranos tinham, como escreveu Spinoza, a alma suspensa entre dois caminhos, a alegria e a tristeza, a esperança e o temor.

Anita Novinsky e o impacto da Inquisição na mentalidade colonial brasileira 
Daniela Levy (Universidade de São Paulo)
Anita Novinsky formou-se em psicologia e filosofia, para depois continuar seus estudos em história. Essa formação inicial ficou evidente em toda sua obra, ao se concentrar nos estudos Inquisitoriais se preocupou com as pessoas, os agentes dessa história. Se dedicou em analisar o impacto da Inquisição na vida de cada prisioneiro, dos seus familiares, além da manipulação de uma instituição totalitária na mentalidade da sociedade Ibérica.
Com esse objetivo, a historiadora se debruçou sobre os documentos, os processos inquisitoriais, os cadernos do promotor e outros diversos documentos eclesiásticos e administrativos que consultou sobre os réus da Inquisição de Lisboa. A partir de um olhar detalhado e uma profunda pesquisa, reconstituiu a vida cotidiana da sociedade ibérica na época moderna, deu voz aos sentenciados, contou a história de vida de cada um.
A partir da análise e reflexão dos dados coletados em sua pesquisa, criou e difundiu conceitos essenciais para a historiografia moderna que, desde o século passado, têm sido discutidos na Europa e Estados Unidos, como o de homem dividido, a ressignificação do marranismo, a formação das sociedades secretas, a cultura do segredo e a formação de um novo homem, que deu origem a constituição do povo brasileiro.
Esse trabalho pretende discutir esse último conceito que Anita Novinsky, vinha trabalhando, a ideia de que o impacto da Inquisição na vida do cristão novo associado a experiência de vida dos primeiros anos de ocupação portuguesa na América, produziram um homem diverso, com características empreendedoras, subversivas e arrojadas, que teria dado origem a formação do povo brasileiro.

Anita Novinsky e eu: achegas biobibliográficas
Luiz Mott (Universidade Federal da Bahia)
Não fui aluno da Profa. Anita Novinsky, mas nossas histórias de vida acadêmica se entrecruzaram repetidas vezes a partir de 1975, quando na Unicamp/Fapesp, orientei pesquisa de mestrado de sua filha, Ilana Novinsky, sobre “Sexualidade e Repressão no Brasil Colonial”. Estivemos juntos uma dezena de vezes em congressos e conferências no Brasil e Exterior, estive um seu apartamento em São Paulo e ela em minha casa em Salvador, trocamos várias cartas e figurinhas documentais sobre a Inquisição. Inicio essa comunicação resumindo aspectos mais destacados de sua biografia familiar e acadêmica, discorro a seguir sobre sua fértil e pioneira produção bibliográfica centrada nos cristãos-novos, recupero aspectos interessantes de nossa recíproca interlocução, resgatando alguns detalhes sobre o relacionamento da Professora Anita com a questão homossexual, cerne de minha labuta como acadêmico e humanista. Tenho orgulho de ser incluído, pelos experts, na lista dos historiadores pertencentes à “Escola Novinsky”.