Festas literárias promovem debates e trazem nomes da literatura baiana ao Recôncavo e região

Décima primeira edição da Festa Líterária Internacional de Cachoeira (Flica) e 16ª edição da festa de Feira de Santana aconteceram nas últimas semanas.

Por Ana Carolina dos Anjos e Rebeka Francis.

A Festa Líterária Internacional de Cachoeira, em sua 11ª edição, recebeu grandes nomes da literatura baiana e nacional. Dentre os nomes destacaram-se o ex-deputado federal baiano, Jean Wyllys, a escritora indígena do sul do estado da Bahia, Célia Tupinambá, e a pesquisadora e presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, Elisa Larkin. 

Participaram ainda escritores nacionais e internacionais, como o baiano Tiganá Santana, a escritora indígena, Auritha Tabajara, e a pesquisadora nigeriana, Óyérónke Oyewúmí. Além dos escritores, aconteceram apresentações musicais, a exemplo do cantor Jorge Vercillo.

A edição da festa teve, mais uma vez, como sede a cidade de Cachoeira (BA), tendo também atividades na cidade de São Félix, e aconteceu entre os dias 26 a 29 de outubro. Além das atrações literárias, o evento teve contações de histórias, fanfarras, exposições, grupos musicais, teatro e outras opções de entretenimento.

Com atividades totalmente gratuitas a Flica tem como proposta promover reflexões que mesclam a literatura baiana com as mais diversas manifestações culturais e populares. Neste ano, o tema do evento foi “Poéticas Afroindígenas no Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia”. 

Educação – Estudantes das estaduais de toda Bahia marcaram presença no primeiro dia da Feira Literária de Cachoeira. Na última quinta-feira (26/10), estudantes das escolas estaduais de toda Bahia apresentaram seus talentos na Flica. No espaço, casa do governo, na Fundação Hansen Bahia, os(as) alunos(as) contribuíram com a atividade “Janela Poética”, que reuniu apresentações musicais, declamação de poemas e outras manifestações culturais.

Os estudantes estiveram presentes durante todo o evento com o propósito de incentivar a leitura e fomentar o fortalecimento da cultura local.

Feira de Santana – No município do Portal do Sertão, o autor baiano, Itamar Vieira Junior, foi um dos mais renomados a participarem da ediçã 2023 da Feira Literária de Feira de Santana (FLIFS). A 16ª edição do evento recebeu o autor, que causou comoção do público. O evento aconteceu entre os dias 26 de setembro e 1 de outubro e contou com grandes nomes da literatura baiana e nacional. A escritora Aline Bei, autora do livro “O peso do pássaro morto”, é um dos exemplos, assim como o autor do best-seller “Torto Arado”.

A mesa em que o escritor participou ocorreu no dia da abertura da feira literária, no Teatro SESC Centro, às 16:00. Uma de suas principais pautas foi sobre seu novo lançamento “Salvar o fogo” e em como ele se conectava com esta história.

Em entrevista para o Reverso Online ao final do bate-papo as estudantes do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Emily Santana e Beatriz Barros contaram um pouco sobre como foi a experiência de acompanhar a atividade. Emily relatou que estava ansiosa para a atração, assim como estava para continuar vivenciando os dias de experiência cultural que a Flifs proporcionou. “A Flifs esse ano foi mesmo muito concorrida. Ao chegar quase não encontramos lugar. Mas, consegui um lugar bem na segunda fileira. Ouvir o Itamar foi como escutar um podcast muito bom. Ele é uma pessoa muito comunicativa. Gostei muito”, opinou.

Outro trecho que chama bastante atenção no relato da estudante é de que a sessão de autógrafos foi bastante corrida, tendo como uma das regras poder autografar apenas um livro por pessoa. A estudante achou o critério bastante justo, haja vista que o autor foi muito solícito com o público.

Já para a Beatriz, a experiência foi cativante, já que a estudante gosta das obras do autor. Ela afirmou que a escrita do autor é especial, tendo em vista a grande espiritualidade que revela. “É muito engraçado ver Itamar falar sobre a experiência dele na escrita, ver como ele se debruça para conhecer cada um de seus personagens. E esse é um processo muito longo, né? De conhecer, por exemplo, Belonisia, que é uma das personagens principais do livro ‘Torto Arado’ de como ela foi aparecendo em sonhos, pensamentos, até ele, de fato, saber quem era aquela pessoa e colocá-la no livro. Enxergando ela bem mais do que um personagem, porque é muito mais, há muita identificação”, concluiu.

*Editada por Vinicius Morende; imagem de destaque Divulgação/Flica