A arte livre de Davi Rodrigues

Arte não se disputa, arte se faz por querer fazer

Jaqueline Santos

 

O artista plástico Davi Rodrigues Casaes, natural de Cachoeira, se interessou pela arte das gravuras aos nove anos, quando sua tia o levou à casa de Hansen Bahia, na vizinha São Félix. Numa destas visitas, ele fez um desenho característico ao trabalho de Ilse, esposa de Hansen. Eles gostaram e surgiu ali seu apreço por gravuras em madeira, técnica também conhecida como xilogravura.

“Depois desse desenho, passei a visitar Hansen sempre, fiz curso  de gravuras com uma de suas alunas e minha tia. Nos anos 80, comecei fazer trabalho em cima da cultura popular e a participar de exposições desse perfil afro-brasileiro”, contou.

Com o tempo, Davi encontrou dificuldades, pois estava se tornando um gravurista tradicional, só fazia trabalhos preto e branco. O artista precisou recriar sua arte, adotou a técnica do pontilhismo, e  começou a se desenvolver. Participou do movimento MAL (Movimento de Arte Livre), no qual os artistas não faziam exposições em galerias e sim nas ruas. Foi quando criou o varal das artes com seu amigo Florial.

“ Eu não queria varal e sim arame, porque aqui no Recôncavo não tem costume de varal e sim arame, mas tive voto vencido. Comecei a ir sozinho a Feira de Santana, Santo Amaro, aqui em Cachoeira. Uma vez, minha tia e Hansen me falaram, pinte e faça o que fez parte de sua história” , disse.

Além de artista plástico, Davi também é escritor e tem um livro com 395 lendas e contos do Recôncavo. Fez também uma coleção de brincadeiras de crianças e transformou em poemas populares. Tudo isso era exposto no varal das artes, armado aos domingos para os turistas.  Ao todo, o varal  possui cinco anos de criado, três anos montado por Davi. Porém com um tempo o varal se institucionalizou e deixou de ser livre.  “Sou contra as várias formas de entendimento que você vai virar um instrumento do Estado e por isso criei o arame das artes e atualmente me dedico especialmente a ele, não mais ao varal”, afirmou Davi.

O Arame das artes tem dois meses  de criado, é uma forma livre de exposição das obras do artista. Sem registro, o público tem a liberdade de interação, podendo pendurar seus poemas e fotos no arame. Não tem um tema especifico, costuma-se contar lendas. Também não tem um dia certo para ser montado, arma-se quando desejar, geralmente na Praça da Aclamação.

Davi Rodrigues, participou de vários eventos e ganhou o prêmio destaque da região do Recôncavo na bienal do Recôncavo do ano de 2014. Ele anunciou que visitará as escolas neste mês de março, contando lendas, brincadeiras, oferecendo cursos de gravuras e palestras sobre a cultura popular sem cobrar custo algum.

Artista plástico Davi Rodrigues
Artista plástico Davi Rodrigues. Foto: Divulgação/ facebook

 

Arame das artes
Arame das artes na praça da Aclamação. Foto: Divulgação/ facebook

 

 

2 comentários sobre “A arte livre de Davi Rodrigues

  1. Cidade da Bahia, 18 de julho de 2016 – Minha gente, meu povo e conterrâneos de Cachoeira. Eu não sei se a Jornalista Elaine Cristina Brito Araujo era nascida.Gostaria de conhecê-la . Apenas para acrescentar a realidade que faz bem ao nosso DAVI, excelente Xilógrafo. Absoluta certeza , nosso Davi não era nascido quando a querida Artista Plástica Noelice começou as pesquisas em Cachoeira para a UFBA.O Mestre Vivaldo Costa Lima fazia com o IPAC pesquisas e plantas para restaurações no governo ACM.Foi aí que, chamada por meu amigo desde o CEAO onde trabalhamos juntos,depois padrinho de meu casamento com Noelice,restaurou-se a casa da Rua 25 de Junho, n*5 -a sede do IPAC em Cachoeira era encima. Embaixo foi inaugurada a Galeria de Arte Amanda Costa Pinto.Cachoeira parou.Era Prefeito o Dr. Edson Ivo de Santana, hoje com 90 anos, me disse seu genro LU recentemente, e o Professor sempre querido CARNEIRINHO estavam presentes, com o o POVO lotando as ruas. Era 25 de janeiro de 1975.As filmagens e fotografias em mais de mil de Cachoeira, hoje sendo digitalizadas para Bibliotecas, estão à disposição.Eu fiz centenas e centenas, inclusive de filmes com verba do DAC/MEC e FUNARTE/MEC.Hansen Bahia e Ilse Hansen não estavam lá.Nós , Noelice HB e a mártir Ilse Hansen, ainda tratavamos com o Dr. Edwaldo Brandão Corrêa a ida de HB e esposa para comprarem a Fazenda Santa Bárbara.Em 1976 Noelice Coordenou o I Festival de Inverno da Cachoeira que mudou de nome no II Festival de Arte da Cachoeira, com verbas da FUNARTE/MEC e ajuda da Bahiatursa(cartaz, folhetos).Foi na Galeria de Arte Amanda Costa Pinto que o Professor Carneirinho indicou ZIZA, a boa ZIZA, para ajudar Noelice.A Galeria era de Noelice e minha. Recordo-me que AEPUC-e Lu está vivo- era contra porque se tratava de “burguesia”-, grande erro da esquerda no mundo.Davi aprendeu Xilogravura com, exatamente Noelice que era a responsável por levar Hansen Bahia e Ilse Hansen para a região e doar sua monumental obra, que ele chama de “minha vida”.Noelice aproximou ZIZA de Hansen Bahia e Ilse Hansen.Ziza foi Vice-Presidenta da FHB e Noelice Presidenta e TESTAMENTEIRA de HB, até hoje. Dei pessoalmente todo apoio a TUDO. Mas, há muito mais desde 1955 ou 1957 quando eu conheci HB na Galeria Oxumaré, no Passeio Público, em Salvador, de propriedade do Dr. Zitelmann de Oliva(UFBA,Jornal da Bahia,Banco Econômico, meu padrinho de casamento) com o português CELESTNO. Aí HB expôs com Genaro, Caribé, Carlos Bastos e muitos outros que se notabilizaram posteriormente como Juarez Paraíso.Por sinal ajudei a fazer as Bienais em Salvador e quase fui preso pela ditadura. O nosso querido DAVI começou a ver tudo aquilo menino, já nascido, claro, sobrinho de ZIZA, Professora Primária em Cachoeira e, depois, trucidada. Noelice tem um livro de mais de 400 páginas sobre tudo desde sua ida como representante da UFBA, digitalizado. DAVI RODRIGUES CASAES é um legítimo filho dessa época quando LOUCO não saia de minha casa, também em Belém onde moramos anos e anos.Agora, Cachoeira melhorou muito devido o início da década de 1970.E a verdade é que foi o Governador ACM quem restaurou parte do centro de Cachoeira e disse a Vivaldo: “Entregue as chaves da casa da Rua 25 de junho a.5 a Noelice para a Galeria que deseja fazer, pois será muito bom para o Recôncavo. Vivaldo ,nosso amigo, trabalhamos juntos como disse, levou as chaves e alí foi iniciada a revolução sem dar um tiro. com arte contra a ditadura e o FOTO CINE CLUBE DA BAHIA foi fundamental para isso.Iniciou-se as filmagens. Eu era o Presidente e o criei com outros. Ele existe ainda. Também fazia parte dessa época o Professor Agustinho e o velho amigo MARCELINO, RAIMUNDO, ARNOLD CONCEIÇÃO( a viúva está viva, minha querida amiga sabe disso, como a D.Filinha que teve todo apoio, como a Irmandade da Boa Morte cujas roupas Noelice foi ao Rio de Janeiro e conseguiu o dinheiro. Não tinham nem sandálias. ). E sou OGÃ de dois terreiros: de D.FILINHA e de LAMEU, o DACOSSIDÊ, então em São Felix.E era Juiz de Direito SOCIAL.Único JUIZ realmente popular que nasceu na mais alta burgesice da Bahia, do Brasil e de Portugal(venho do Conde Bastos, Assessor do Rei D.Sebastião que morreu lado a lado e mais um Rei Mulcumano na viguiera de Alkacer-Kibir, hoje Marrocos. Morreram 12 mil pessoas. Por outro lado, vem a Família Afrânio Peixoto do século XIII, em Guimarães, norte de Portugal, perto de Braga, cuja casa ainda existe e é uma Pousada e Restaurante. Era a CASA DOS PEIXOTOS. Descendentes estão sepultados na Igreja Matriz de São Feliz.Daí veio o coronel José Ramos, Prefeito, Dr.Julio Ramos de almeida, Médico e Prefeito de São Felix(parte de minha mãe LURDES PEIXOTO COSTA PINTO, falecida. Assim, essa é uma pequena parte de uma história que vem há séculos.DAVI , hoje, procura uma casa para comprar e doar tudo que temos da Europa, fazer uma Instituição de Pesquisas Científicas Latino Americano – ARTES, CULTURA, NEUROCIÊNCIAS, GRAFOLOGIA, MANDIÓCA(Tese de um Sábio meu avô paterno em 1924 na Johns Hospinkins University e Sorbone, Paris.Venham ver.Um abraço e falar em História é muito bom. É MEMÓRIA que se acaba. Parabéns a Jornalista e ao artista DAVI.

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