Centros culturais de São Félix mantêm a história do Recôncavo

boi-bumbá. Crédito: Elsa filgueiras.

Por Roberval Santana

As cidades do Recôncavo da Bahia, com estrutura barroca, revelam através de sua arquitetura um mundo a ser pesquisado que desperta a curiosidade de muitos, entre eles historiadores, arqueólogos e outras áreas afins, além dos turistas que se encantam pela excentricidade das cidades históricas que mantiveram sua estrutura colonial.

São Felix é uma dessas cidades que mais atrai turistas na região; mas não é andando simplesmente pelas ruas da cidade que pode-se conhecer seu passado, existem museus ou centros culturais que mantêm documentos, objetos e imagens possibilitando o acesso à origem do local.

A Casa da Cultura Américo Simas, por exemplo, com 137 anos, funcionava, no passado, como uma fábrica de charutos da Dannemann e, em 1984, se tornou um ponto de referência para a conservação da cultura local. O nome Americo Simas foi dado em homenagem a um engenheiro do município responsável pela construção da barragem da Pedra do Cavalo.

Beatriz Conceição, responsável pela casa, diz se sentir muito feliz ao falar de cultura e principalmente da cultura de São Felix, e  informa sobre os eventos que acontecem no espaço, como cursos de dança, teatro, barafunda e artesanato, todos gratuitos, com exceção do curso de inglês, que possui uma taxa de 15 reais.

Em frente à orla de São Felix está o Centro cultural Dannemann, uma das mais antigas fabricas de charutos do Recôncavo. Eventos como a Bienal do livro, festival de filarmônica e apresentações ao público do fabrico de charutos, além dos objetos que ajudavam na produção, estão disponíveis ao olhar dos visitantes.

A Cabocla. Crédito: Elsa filgueiras.

O museu Hansen Bahia complementa a história da cidade através das obras de Karl Heinz Hansen, um alemão apaixonado pelo Recôncavo, que adotou o “Bahia” no seu nome em homenagem à terra que o acolheu.

Nascido em 1915, foi escultor, pintor, cineasta e xilógrafo, vindo a falecer em 1978. Doou, antes de sua morte, obras do acervo particular à cidade de Cachoeira, criando a Fundação Hansen através de testamento em 1976.

Cinco anos após sua morte, Ilse Hansen, esposa, veio a falecer e também através de testamento doou a casa dos Hansen na fazenda Santa Barbara em São Felix. No museu, estarão obras da família como “Fim”, “Macumba-Macumba”, “Escravos”; todos uma releitura dos poemas de Castro Alves em xilogravura, arte que mais caracteriza o autor. Além dos objetos pessoais e do acervo bibliotecário, estarão também obras de outros autores como Caribé, Genaro de Carvalho e Mário Cravo.

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