Por Lorena Morais e Lenise Luz
O primeiro Ciclo de Jornalismo – Jornal Popular: por que cresce na Bahia? contou com a participação de estudantes e profissionais do jornalismo da cidade Salvador e também dos alunos de Comunicação da UFRB.
A Profª Drª Lia Seixas, mediadora da mesa redonda, fez uma apresentação dos três convidados representantes dos jornais populares do estado. A primeira fala foi do secretário de redação do Correio*, Paulo Leandro. Ele apresentou dados estatísticos sobre o jornal A Tarde – empenho, crescimento e “declínio” – e fez uma comparação ao desempenho do Correio* nos últimos anos. Premiações alcançadas e a “virada do placar” em relação ao seu concorrente.
Paulo Oliveira, representante do Jornal Massa!, falou da importância de outros jornais populares do país e mencionou que, mesmo com a soma dos dois jornais de peso da Bahia, A Tarde e Correio, o número de venda não equivale a nenhum dos seis maiores populares do país. “O Massa! entra no mercado para buscar um público que antes não lia jornal e faz com que a população bahiana leia mais”, ressalta.
Geraldo Melo destacou que o jornal Metrópole desconstrói esse modo de fazer jornal e sua equipe não tem receio ou medo de errar, mas sim da repetição. E ainda comenta: “A imprensa popular não significa falta de conteúdo”.
Após apresentação, o debate foi aberto aos professores, que fizeram perguntas específicas sobre a atuação popular de cada veículo. Em seguida, os representantes debateram entre si e também a plateia presente pôde expor seus questionamentos.
O confronto entre os jornais comerciais foi intenso e comparativo; com discussões abertas pelo público sobre o que o jornal apresenta ao tentar “retratar a realidade” das classes mais baixas, que lidam com a violência todos os dias, falta de instrução, qualidade de vida, a “nudez”, desemprego e baixo rendimento escolar da população. O jornal popular deve ser compacto, trazer leituras rápidas, imagens e legendas, pois “ensina as pessoas a ler”, destaca Paulo Oliveira.
Ele foi considerado por Malu Fontes como “o Plínio de debate” ao fazer provocações em tons irônicos ao jornal Correio*.
Por fim, ambos destacaram a representação que o jornalismo impresso tem na Bahia, e da importância que é o surgimento de mais um veículo, numa era em que se discute a extinção do impresso da mídia nacional.
Paulo Leandro desejou ainda que essa discussão e presença do jornalismo impresso continue por longos 30 anos.
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