Opinião: abrem-se as cortinas

Por Marília Marques

Um observador mais atento e que possua memória com capacidade de reter fatos decorridos há pelo menos um mês, terá captado alguns dos detalhes que compõem a cena do espetáculo eleitoral.

O nosso excelentíssimo candidato José Serra e a ilustríssima “mulher do presidente”, Dilma Vana Rousseff deixaram transparecer as mais variadas características que compunham seus personagens eleitoreiros e os artifícios que utilizaram na tentativa de conquistar nosso voto.

O tucano que tem “serra” no nome e agora se diz exímio defensor das matas começou aparecendo no horário político com uma cara sisuda, de ex-governador sério e responsável… Hoje, finge olhar em nossos olhos através da tela da TV principalmente no período próximo ao horário nobre, em que ainda estamos comovidos¹ pelo drama da novela das sete e ansiosos pela das nove; e ainda insiste em (re-re)reafirmar que veio de baixo e estudou em escola pública. – Desculpe, Serra, você não é o único herói do Brasil!

Foto retirada do Google

Hoje, ele sorri, fala manso, promete deixar o Brasil “todo azul”… Deixou de lado a imagem de “político de gabinete” e o personagem da vez é do político que distribui abraços e apertos de mão pelas ruas do país com cara de “eu vim do povo e amo o povo”. Convence??? Em breve teremos a resposta.

Já a nossa “dama de vermelho”, a mulher do PAC, a mulher das Minas e Energia, a mulher que continua “seguindo em frente”, Dilma Roussef, andou alternando os personagens também.

Se antes falava para todo o povo brasileiro, hoje põe as brasileiras na frente. Se representava o papel da mulher forte, militante e independente; está agora revelando as suas outras faces: a Dilma mulher, mãe e ex-esposa – sim, ela já foi casada! –, com direito a exibição de retratos da infância e tudo.

Assim como José Serra, Dilma também aderiu à moda do lindo-sorriso-estampado-no-rosto. A tonalidade de suas roupas também ficou mais neutra e sua fala, menos arrogante.

Foto retirada do Google

Não é em tom de mera crítica, caros leitores, que exponho essas notas aqui, mas talvez em tom de graça sobre o que é o jogo político. Escrevo também em tom de alerta para quem compõe o grande espetáculo eleitoreiro no Brasil: não é apenas contratando um bom marketeiro que se vence eleições – pelo menos não deveria ser!

Não deixemos, portanto, de avaliar as propostas de cada candidato, o que apresentam de melhor para nós e para a coletividade; se irá nos representar bem… Afinal, de representações e personagens, os políticos entendem MUITO.

¹[Um alerta aos desatentos: Este texto tem caráter meramente opinativo.]

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