Marisqueiras do Iguape sofrem com a falta dos crustáceos

Erica Cristina

 

“A vida era feita para os pobres da região e farta para o mercado de Deus”. Desta forma, o pescador conhecido no Iguape como Domingo Preto classificou o problema da falta de mariscos na região.

Segundo a marisqueira Fausta da Silva, 75 anos de idade, o“manguezal da região era rico, tanto na vegetação quanto nos marisco, mas que hoje em dia isso mudou, devido a chegada da Pedra do Cavalo e da Resex; prejudicando a todos nós do entorno do Recôncavo. A Pedra do Cavalo, quando abre as suas portas, derrama muita água doce, fazendo com que os mariscos desçam rio abaixo”.

E Fausta prossegue em seu relato: “Existia siri, sururu, ostra, aratu, caranguejo, mirim, moréia, lambreta, mapé, aribi, chumbinho, sarnambis, camarão, tainha, pititinga, bagre, robalo, redondo, merete, dentre outros, onde na mesa do pobre era o seu alimento de sobrevivência as mesas dos ricos era degustação e suculentos tira-gostos”.

Hoje raramente se encontram peixe ou marisco, pois vêm os cortes ilegais dos manguezais que prejudicam muito e também tem a contaminação da água, que deixa os vestígios no corpo.

Já a jovem estudante Ana Carla Pereira, 14 anos de idade, contou que não quer viver como marisqueira o resto da vida, pois pretende terminar os estudos e procurar um trabalho. Ela disse que cresceu “vendo a mãe nessa labuta todos os dias, para dar de comer a mim e aos meus irmãos”.

Vida de pescador

A atividade da pesca é uma forma de trabalho que possui relação direta com a natureza e sua preservação. As mulheres trabalhadoras que realizam esta atividade contribuem com o desenvolvimento e até mesmo a promoção de uma melhor relação entre os homens e o meio ambiente. E está relação é provocado com base nos princípios comunitários, e na capacidade de compreender, o que são efetivados a manterem um equilíbrio com o ambiente ao seu redor.

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