Rádio vira instrumento educacional em escola feirense

Madson Pomponet

 

“Bom dia ouvintes da Rádio Escolar Gente Miúda”. É assim que começa a semana dos 300 alunos matriculados na Escola Municipal Gente Miúda, de ensino infantil, localizada no bairro Jardim Acácia, em Feira de Santana. A instituição encontrou na comunicação radiofônica uma forma pedagógica para melhorar o desempenho dos alunos.
A atividade extracurricular estimula a fala, interação e até a leitura, sendo mais um incentivo no processo educativo e também renovando o interesse da juventude por essa importante ferramenta de comunicação. O brilho nos olhos desses jovens ao falar no microfone mostra que mesmo com tantas tecnologias o rádio não vai morrer.

 

Crédito:Márcio Filho
Crédito:Márcio Filho

 

Crédito:Márcio Filho
Crédito:Márcio Filho

A construção de uma rádio educativa era um sonho antigo da ex-diretora da instituição. Porém, a realização deste anseio só foi possível em 2010 com o programa Mais Educação, do governo federal, que visa a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral, como relatou Lourdes Cazumbá, atual diretora da instituição. “O programa é ensino em tempo integral, então no turno oposto a escola tem que ter atividades, como a antiga diretora Natália era radialista, ela inseriu o rádio no nosso cotidiano”.
A escola recebeu todo o equipamento do MEC e ganha uma verba anual de cerca de R$ 25 mil para manter as atividades do programa, que além da rádio contempla outras áreas, como esportes e artes. “Nós contratamos um monitor profissional que ajuda na montagem do equipamento e também dá aulas para os alunos, ajudando eles a montar os programinhas”, informou a diretora.
A rádio funciona institucionalmente e todos na escola, alunos, professores e funcionários se reúnem e param as atividades para escutar nem que seja por alguns minutos a programação, disse contente a diretora. “Toda segunda-feira, temos um momento chamado devocional em que convidamos os professores para monitorar e realizar uma atividade, como a leitura de uma mensagem, um poema, músicas e até informativos e colocamos os alunos para participar também”.
Por exigência do MEC, os alunos que participam das atividades devem ser preferencialmente de famílias que integram o programa Bolsa Família e os pais devem estar presentes à realidade escolar e realizar a inscrição dos filhos. “Durante a semana os alunos têm cinco aulas de cada disciplina extra, cada aula tem a duração de uma hora e quinze minutos. Eles criam programas, fazem apresentações e em datas comemorativas apresentam essas produções para as famílias”, informou Lourdes.
Outras atividades também estão disponíveis para as crianças na instituição como: hip-hop, break, dança, música, literatura e capoeira. O projeto fez tanto sucesso que já está sendo ampliado. Chegaram à escola novos equipamentos de áudio, que irão ajudar no aprendizado dos alunos e garantir a sobrevivência da iniciativa. “Nosso objetivo é fazer com que as crianças desenvolvam a oralidade, participem, se expressem e esse trabalho é muito bom por isso, nós podemos incentivar o aluno a falar a se expressar, ajuda a vencer a vergonha e a timidez” , explicou a diretora.
Como o colégio é de ensino fundamental, só tem aula até o 5° ano e a realidade da escola deixa saudades nos alunos que se despedem para novos desafios, como relatou com emoção a professora Miriam Moreira. “Quando termina o ano eles querem continuar, a gente se sente muito grato com isso mostra que nosso trabalho esta sendo bem feito, depois de um tempo alguns alunos voltam e participam dos nossos programas para matar a saudade”.

Ouça a entrevista com Lourdes Cazumbá:

Atual Diretora Lourdes Cazumbá. Crédito:Márcio Filho
Atual Diretora Lourdes Cazumbá. Crédito:Márcio Filho

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