Marlon Campos
São Félix e Cachoeira se transformaram em cidades de estudantes “estrangeiros” e essa situação tem mexido com o mercado imobiliário. A pequena oferta de imóveis para alugar acabou por inflacionar o mercado para os estudantes, deixando-os sem saída.
O aluguel de uma casa de dois quartos pode chegar a R$600,00. De modo geral, os estudantes notaram um aumento dos aluguéis nos últimos anos. Rafael Rauedys, que mora em Cachoeira há três anos , já mudou de casa pelo menos umas três vezes para fugir dos aumentos dos aluguéis. Os pensionatos estão entre as soluções encontradas pelos estudantes, ‘’mas as condições do local não são as mais apropriadas’’, diz Laerth Santana, que demorou para encontrar casa e decidiu morar em pensionato.
Jomoar Júniór aluga quatro casas em São Félix e todas são ocupadas por estudantes. O proprietário informa que fornece assistência as casas e se defende, quando perguntado sobre os altos valores cobrados aos estudantes, dizendo que ‘’costumo fazer descontos para estudantes que vão morar em menor quantidade e sempre estou fazendo concertos nas casas que alugo e não cobro por isso.’’
Um dos meios de escapar dos altos valores cobrados pelos contratantes e da dificuldade em achar uma casa em boas condições é participar do processo seletivo da PROPPAE, que nesse semestre está oferecendo cinco vagas para morar na residência universitária, sendo que quatro vagas são para mulheres.
Ainda há esperança
Para aqueles estudantes de primeira viagem ou não, uma das soluções encontradas é morar em outras cidades vizinhas, como Muritiba, escapando assim dos altos preços cobrados em Cachoeira. Em São Félix, apesar da especulação, é possível encontrar aluguéis mais baratos.
O estudante de Artes Visuais, Renan Bozel, teve experiência ao morar em Muritiba, onde os aluguéis não são caros. Além do mais, a passagem é apenas R$ 2,00 e compensa o ir e vir, todos os dias, para assistir aulas. No final das contas ele pagava quase R$120 por mês, mas esta despesa é mais vantajosa do que se estivesse morando aqui. ”Ainda tinha dias em que eu pegava carona”, diz o estudante que as vezes pedia carona por ser uma cidade muito perto.
