Murilo Santana
Cachoeira – Durante 40 dias, cristãos de todo o mundo vivenciam um momento de oração, jejum e penitência. A Quaresma, como é chamado esse período, de acordo com os relatos bíblicos, recorda os quarenta dias que Jesus passou no deserto. Muitos cristãos aproveitam esse tempo para fazerem mudanças em seus hábitos alimentares, aderindo ao consumo de peixes, por exemplo, ao invés de carnes. Outros veem como um tempo propício a ‘mudança de vida’ e conversão.
O término da Quaresma é marcado pela realização de vários ritos peculiares, tais como missas e procissões que expressam reflexão, fé e devoção por parte dos fiéis.
Diante do significado que o período quaresmal representa para comunidade católica de Cachoeira, o padre Cid da Cruz afirma que “percebe-se uma maior participação dos fiéis nos atos litúrgicos, principalmente na abertura da quaresma, na quarta-feira de cinzas, e no término – durante a Semana Santa. Nota-se que há uma maior procura da parte dos fiéis em viver o espírito quaresmal”.
De acordo com Joselita Moraes de Melo “a Quaresma é um momento bom, pois a gente medita e reflete muito a nossa condição de pecador. É difícil porque, muitas vezes sedemos as tentações no deserto da vida, e isso nos afirma enquanto pecadores” relata.
Durante a Quaresma é realizada também a Campanha da Fraternidade, cujo objetivo é solidarizar-se a um problema social buscando formas de solucioná-lo. Neste ano, o tema da Campanha é sobre o Tráfico Humano e a Igreja busca a partir desta abordagem denunciar as injustiças sociais. Assim, “é preciso sermos solidários com o sofrimento das vítimas que vivem ‘encarceradas’ e ajudá-las a encontrarem a dignidade humana, que neste caso foi perdida”, esclarece o padre Jose Barreto Farias Filho.
De acordo com a tradição cristã, a Quaresma tem seu fim na Semana Santa, período significativo que recorda os últimos momentos de Jesus, antes de sua morte e ressurreição. A Semana Santa inicia-se no Domingo de Ramos e segue até o Domingo de Páscoa. Neste período são realizadas procissões, como a do Encontro e do Senhor Morto, além de vias sacras, encenações da Paixão de Cristo e celebrações solenes.