Crise econômica atinge hotéis e restaurantes durante a festa da Boa Morte

Investimentos foram feitos na expectativa de obtenção de lucro durante o período festivo, mas os estabelecimentos não atingiram a meta por conta da baixa procura.

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Uma das fontes de renda da cidade de Cachoeira, situada no Recôncavo baiano é o turismo, que de forma direta está ligada a economia do município. Cachoeira é uma cidade rica em religiosidade, com mais de dez igrejas centenárias com estruturas arquitetônicas preservadas. Com muitas datas comemorativas, vários turistas são atraídos para aproveitar as festividades religiosas, além de desfrutar das belezas paisagísticas e pratos culinários típicos da região. A festa da Boa Morte, é uma das festas de manifestação popular que acontece todos os anos, dos dias 13 a 17 de agosto, em Cachoeira.

Por conta do grande fluxo de pessoas que vem para participar do festejo, hotéis e restaurantes já se preparam: agendando pacotes de hospedagens, contratando novos profissionais, e abastecendo o estoque de alimentos. E neste ano de 2017 não foi diferente. Porém, alguns fatores afetaram de forma negativa o lucro dos estabelecimentos comerciais. Entenda por quê:

A equipe do Reverso visitou os principais hotéis da cidade heroica e monumento nacional para apurar essa realidade.

O hotel Convento do Carmo que há 32 anos é tradicional no Recôncavo baiano com sua arquitetura conservada, dispõe de quartos com: ar condicionado, frigobar, TV, e chuveiro elétrico. A diária em dias normais custa R$164,00 reais. No período de festa um pacote com três diárias é oferecido no valor de R$ 1.450,00 reais para duas pessoas, com direito a café da manhã. O hotel possui estacionamento, além de uma extensa área de lazer com duas piscinas e jardim.

Construído há 28 anos, o restaurante A Confraria faz parte do hotel Convento do Carmo, com capacidade para 150 pessoas, com horário de atendimento das 11h às 22h. O restaurante se tornou renomado por ser premiado dois anos consecutivos no prêmio Guia Quatro Rodas, além de vencer o concurso Sabor, realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) com o prato maniçoba, que é típico do Recôncavo.

Apesar de suas características estruturais positivas e ofertas de conforto, o percentual de hospedagens teve uma queda considerável este ano no Hotel Convento do Carmo e restaurante A Confraria, durante a festa da Boa Morte.  A recepcionista do hotel Josinete Reis, relata “o movimento foi bem mais fraco, acredito que devido a crise que está instalada no país.  Sempre nessas datas alcançamos a meta de 100%.

nas hospedagens e esse ano foi totalmente diferente, não chegamos a 40%”. Josinete, conta que no restaurante, os números de atendimentos nos cinco dias de festa também foram inferiores com relação aos anos antecedentes.

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Na Pousada e Restaurante Pai Thomaz, o gerente Daniel Santana contou que no primeiro dia da festa da Boa Morte vendeu apenas uma refeição no restaurante do hotel. No segundo dia, as vendas aumentaram para 60 pratos, o que demostra um aumento grande em relação ao dia anterior, porém comprova uma queda de 50% em relação ao ano de 2016 quando foram vendidas 120 refeições. Além da dificuldade econômica que se passa no país, Daniel acredita que os dias em que foi realizada a festa pode ter atrapalhado a chegada de turistas a cidade, pois o ápice das comemorações foi numa terça-feira. “Nós nos preparamos, compramos mercadoria, além dos sete funcionários, contratamos mais e dobramos em 50% desse número, fizemos investimentos sem retorno.  Em outros tempos na pousada no período de festa com final de semana prolongado, chegamos a 100% rapidamente, mas esse ano foi completamente diferente”, revelou.

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Carlos Abel Dias, gerente da Pousada Casarão, optou por não mudar os preços das diárias durante o período da festa para tentar atrair mais clientes. Manteve o preço de R$ 150,00 para casal e R$ 90,00 individual. Mesmo assim em comparação aos outros anos, houve uma redução na procura. Ele também atribui como um dos fatores da diminuição no número de clientes a crise econômica que o país sofreu. Grande parte dos hóspedes eram estrangeiros, agora esse número foi reduzido a quase zero.

A expectativa é que com o equilíbrio da economia no país, as coisas melhorem no próximo ano, é o que diz o Portal Brasil. Especialistas projetam para 2018 um crescimento no PIB de 2% e inflação controlada. O site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), mostra as projeções para o turismo até 2018 e aponta os setores de alimentação, transporte terrestre e alojamento, como os mais promissores.

 

 

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