Gravações dos arranjos e composições desenvolvidas pelo coletivo foram suspensas devido à pandemia da Covid-19, mas mantém suas páginas na internet ativas
Ramon Ramos
O grupo Novos Cachoeiranos viajou antes da pandemia em janeiro de 2020 para uma apresentação na Colômbia. Ao retornar para o Brasil, o coletivo teve suas atividades pausadas por conta da pandemia da Covid-19. Dessa forma, o coordenador, Sólon de Albuquerque Mendes, também viajou para fazer seu pós-doutorado, ficando um ano fora do país.
Contudo, no mês de julho deste ano o grupo realizou uma única atividade que foi uma gravação para o 19º Festival Educadora FM. Festival este que abre espaço para obras musicais inéditas. “Foi uma ótima oportunidade de mostrar o trabalho desenvolvido por todo o Coletivo”, destacou Felipe Oliveira, músico instrumentalista dos Novos Cachoeiranos.
Aqui você confere a música dos Novos Cachoeiranos inscrita para o Festival Educadora FM:
A história do coletivo começou como um pequeno grupo de choro há 10 anos. Pouco tempo depois foi ofertado um curso de “Introdução à Harmonia Tonal”, registrado como projeto de extensão do campus do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult) da UFRB, em Santo Amaro. Este programa atualmente reúne músicos oriundos das filarmônicas Lyra Ceciliana e Minerva Cachoeirana (ambas de Cachoeira – BA), União São Felixta (São Felix), terreiro Icimimó (terreiro mais antigo de Cachoeira), além de professores do Cecult.
Com a pandemia, no entanto, as atividades do grupo se mantêm suspensas. O músico instrumentalista, designer e proponente do grupo, Felipe Oliveira, também responsável pela criação das artes para divulgação das apresentações do coletivo, informou que os encontros do grupo costumavam ocorrer dois dias da semana, nas terças e quintas-feiras entre às 14h30 e 18h, com sede na Rua do Monte, na antiga casa do ex-maestro Tranquilino Bastos.
Há atualmente registrados no coletivo Novos Cachoeiranos cerca de 20 pessoas, dentre elas jovens de 17 a 25 anos, entre cachoeiranos, são-felistas e santamarenses. Essas aulas são divididas entre teórica e prática. “A parte teórica envolve aulas de composição, arranjamento e estética, já a prática, bem…é tocando mesmo (risos)”, explicou.
O grupo se concentra no estilo de Música Experimental Contemporânea. “Não somos uma banda de cover, mas procuramos sempre mesclar algumas composições, inclusive estamos sempre criando composições que resgatem de certa forma memórias do Recôncavo”, disse Felipe.
Quanto à visibilidade do coletivo na cidade, Felipe Oliveira contou que consegue atrair um público considerável durantes as apresentações.
“A visibilidade dentro da própria cidade é alta. Quando nos apresentamos no Cine Theatro Cachoeirano sempre contamos com a presença de cerca de 300 pessoas.”
Durante a 3ª edição do Festival de Jazz em Cachoeira, que ocorreu em abril de 2017, o maior público que o grupo teve foi uma plateia com cerca de 2 mil pessoas.
O grupo, porém, não tem o objetivo de expansão até o momento, pois se mantém focado nas pesquisas de novas músicas para construir novos repertórios. Sobre a previsão de retorno, Felipe Oliveira explicou: “Agora com esta pandemia os membros têm focado em atividades pessoais. Espera-se que o retorno seja feito logo após o término da pandemia junto com a conclusão do pós-doutorado do nosso coordenador”.
O Coletivo Novos Cachoeiranos utiliza da diversidade cultural/musical local para criar novas músicas com uma pegada mais contemporânea. O grupo já está em seu 6º ano de existência. Por meio de suas apresentações o projeto confirma, segundo destacou Felipe Oliveira, que é possível obter bons resultados quando se une os saberes populares e acadêmicos.
Você pode acompanhar as atividades do Coletivo Novos Cachoeiranos em seus perfis nas redes sociais:
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