Natália Dourado
Com a chegada do carnaval, uma ação específica de atendimento aos usuários de crack e à população de rua são ofertadas: o Corra para o abraço – um viés do programa Crack, é preciso vencer, realizado pelo Governo Federal, em parceria com a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. Trata-se de uma ação sistêmica e integrada nas áreas de saúde, segurança, assistência social e direitos humanos, que disponibiliza equipamentos e serviços para atender usuários de crack e outras drogas nos municípios baianos com mais de 200 mil habitantes.
Equipes multidisciplinares se deslocam em determinados bairros de Salvador, sensibilizando, convencendo em uma abordagem indireta os drogados a se tratarem. Segundo explicaçóes de Almiro Sena, secretário de Justiça e Direitos Humanos, “a abordagem é indireta, porque primeiro você precisa conquistar a confiança desses usuários. Buscamos bairros onde a incidência do crack é maior e fazemos oficinas de cultura e de arte naquele local, convidando eles para participarem. Após esse primeiro envolvimento, depois de estabelecer laços mínimos de confiança, começa-se o diálogo direcionado”.
Na Bahia o programa Crack, é preciso vencer, tem uma aplicação diferenciada da realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro, pois os usuários são convencidos a se tratarem e não obrigados. São seis os municípios baianos que incorporaram o programa: Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Itabuna, Vitória da Conquista e Juazeiro, tendo em Salvador, três bases comunitárias de segurança móveis – na Barra, Sete Portos e Centro Histórico. Estes aderiram uma série de compromissos, como à ampliação do CAPS municipal e a criação de abrigos para pessoas usuárias de crack e outras drogas para receber um kit unidade móvel de policiamento comunitário, viaturas e capacetes, que contém um eixo autoridade (40 policiais militares, dois civis e um técnico), 20 câmaras de vídeomonitoramento, duas viaturas de quatro rodas, três viaturas de duas rodas e seis capacetes.
A reunião do Comitê Executivo, gestor do programa Crack, é preciso vencer, acontece mensalmente e tem um caráter específico, porque conta com a presença de prefeitos, vice-prefeitos, secretários e assistentes. O desígnio é mover os municípios para um envolvimento crescente e articulado entre o projeto e os seus fins.
